Descrição de chapéu petrobras

Petrobras anuncia parada progressiva de fábricas de fertilizantes em SE e BA

Indústrias tiveram prejuízo de cerca de R$ 800 milhões no ano passado

Fábrica de fertilizantes da Petrobras em Camaçari na Bahia
Fábrica de fertilizantes da Petrobras em Camaçari na Bahia - 9.fev.07/Agência Petrobras
São Paulo | Reuters

A Petrobras anunciou nesta terça-feira a "hibernação" de duas deficitárias fábricas de fertilizantes no Sergipe e na Bahia, em uma medida que visa reduzir perdas nas operações enquanto a companhia busca um comprador para os ativos.

A hibernação das unidades, que consiste na parada progressiva da produção, com conservação dos equipamentos e prevenção de impactos ambientais, deve ser iniciada até o fim do primeiro semestre, e representa mais um passo na estratégia da petroleira estatal de deixar o setor de fertilizantes.

"Quando você olha essas plantas, a melhor alternativa para a Petrobras no momento é hiberná-las enquanto o processo de desinvestimento caminha. A gente precisa agora é parar de gerar prejuízos", disse o diretor-executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, em teleconferência com jornalistas.

As duas fábricas registraram prejuízo conjunto de cerca de R$ 800 milhões no ano passado, e o cenário de longo prazo continua indicando resultados negativos para as unidades, segundo a estatal.

No quarto trimestre de 2017, a Petrobras realizou provisão de R$ 1,3 bilhão para perdas com as fábricas de fertilizantes.

Celestino disse que as unidades na Bahia e no Sergipe enfrentaram problemas de competitividade por sua localização, distante tanto do acesso à matéria-prima quanto dos mercados demandantes.

Em comunicado nesta terça-feira (20), a Petrobras disse que preparou um plano de transição para fornecedores e clientes das unidades, bem como ações de responsabilidade social com o objetivo de mitigar impactos que venham a ocorrer nas comunidades com a hibernação.

OUTRAS UNIDADES

Em paralelo, a Petrobras já havia anunciado planos de vender seus ativos restantes no setor de fertilizantes, a subsidiária integral Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, e a Unidade de Fertilizantes-3 (UFN-3), no Mato Grosso do Sul, que teve obras iniciadas em 2011 mas não chegou a ser concluída.

"Nós estamos perto de achar compradores para a Ansa e a UFN 3", afirmou Celestino. "Nós recebemos, sim, ofertas por elas. Recebemos não-vinculantes e agora vinculantes", adicionou.

A Petrobras anunciou ainda em setembro passado a abertura de processo para a venda da Ansa e da UFN-3.

Já as unidades de fertilizantes na Bahia e em Sergipe não haviam recebido nenhuma proposta até o momento da decisão de hiberná-las, segundo o diretor da Petrobras.

PREJUÍZO

A Petrobras finalizou o ano passado com prejuízo de R$ 446 milhões, o quarto consecutivo, porém em nível menor do que nos anos anteriores. As perdas em 2016 haviam sido de R$ 14,8 bilhões.

O prejuízo anunciado nesta quinta-feira (15) ocorreu em meio a novas perdas de participação de mercado de combustíveis no Brasil e também com reavaliações bilionárias de ativos ("impairment"), como as baixas no setor de fertilizantes (R$ 1,3 bilhão ) e uma relacionada à segunda unidade de refino na Refinaria do Nordeste (R$ 1,5 bilhão).

Mas os executivos da companhia ressaltaram a tendência de que o balanço da empresa fique mais previsível no futuro.

Em nota, a empresa aponta que teria alcançado um lucro líquido de R$ 7 bilhões sem as despesas extraordinárias —especialmente o acordo de R$ 11 bilhões para encerramento da ação coletiva de investidores nos EUA e a adesão a programas de regularização de débitos federais, que somaram R$ 10,4 bilhões—, que tiveram impacto significativo no resultado.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.