Eduardo Sodré
São Paulo

A produção nacional de veículos cresceu 14,6% no primeiro trimestre de 2018 em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram fabricadas 699,7 mil unidades de carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.

Os dados foram divulgados nesta quinta (5) pela Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil.

As vendas no acumulado do ano subiram 15,6%, mas a base de comparação é baixa. Antonio Megale, presidente da Anfavea, diz que os emplacamentos em 2017 só aumentaram de fato no segundo semestre.

A produção de caminhões cresceu 55% neste início de ano, com 24,4 mil unidades montadas. O resultado está longe do ideal, segundo a Anfavea.

"Quando olhamos o acumulado nas vendas internas, com 14,5 mil caminhões licenciados, vemos que ainda estamos no nível de 2003", diz Megale.

Com os anúncios de contratação na Mercedes-Benz, que abriu ao todo 330 vagas nas fábricas em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e Juiz de Fora, além de outros novos postos gerados no setor, o número de empregados nas montadoras subiu 3,4% em março na comparação com o mesmo mês de 2017. Em relação a fevereiro, a alta ficou em 0,6%.

Atualmente, há 131,2 mil trabalhadores contratados nas empresas associadas à Anfavea.

Megale afirma que tem havido abertura de turnos extras de trabalho nas linhas de montagem, embora essa seja uma decisão difícil de ser tomada, devido ao histórico recente do mercado, com quedas acentuadas nas vendas e grande volume de funcionários afastados por meio de programas de proteção ao emprego.

As exportações cresceram 3,3% no trimestre, com envio de 180,2 mil unidades ao exterior. De acordo com a Anfavea, o número é recorde para o período.

A entidade espera que 2018 termine com cerca de 800 mil veículos exportados, com alta de 5% sobre 2017.

Previsões foram mantidas: a Anfavea espera que a produção chegue a 3,06 milhões de veículos neste ano, um crescimento de 13,2% na comparação com o ano anterior.

As vendas devem subir 11,7% no ano, de acordo com a entidade.

ROTA 2030

Com a expectativa de o plano Rota 2030 ser anunciado na próxima semana, Megale afirma que continua a esperar previsibilidade.

"Não quero falar em datas, se vai ser agora ou no próximo mês. Precisamos desse programa, sempre acreditamos que vai sair, um atraso de dois ou três meses não atrapalha tanto", afirma Megale.

A previsão inicial era de que o Rota 2030 fosse anunciado em outubro de 2017, mas desentendimentos sobre a politica de incentivos tributários dividiram os ministérios do Desenvolvimento e da Fazenda, gerando seguidos atrasos. 

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