Trump ameaça com novas tarifas sobre a China e Pequim diz estar pronta para reagir

Porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse que não há negociação provável por hora

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Washington e Pequim | Reuters

China alertou nesta sexta-feira (6) que está totalmente preparada para responder com um "contra-ataque feroz" de novas medidas comerciais caso os Estados Unidos sigam com a ameaça do presidente Donald Trump de impor tarifas sobre outros R$ 100 bilhões em produtos chineses.

Diante da "retaliação injusta" da China contra as ações comerciais anteriores dos EUA, Trump elevou as apostas na quinta-feira (5) ao ordenar que autoridades norte-americanas avaliassem tarifas extras, aumentando o confronto com consequências potencialmente prejudiciais para as duas maiores economias do mundo.

O porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, considerou a ação dos EUA como "extremamente equivocada" e injustificada, acrescentando que a disputa foi uma batalha entre o unilateralismo e o multilateralismo. Ele também disse que nenhuma negociação é provável nas atuais circunstâncias.

"O resultado desse comportamento é esmagar o próprio pé com uma pedra", disse Gao em entrevista coletiva em Pequim. "Se os Estados Unidos anunciarem uma lista de tarifas 100 bilhões de dólares adicionais, a China já se preparou, e não hesitará em fazer imediatamente um feroz contra-ataque".

Gao falou pouco depois que Trump defendeu suas propostas de tarifas em uma rádio norte-americana, dizendo que a medida pode causar "um pouco de sofrimento", mas que os Estados Unidos ficarão melhores a longo prazo.

"Eu não estou dizendo que não haverá um pouco de sofrimento, mas o mercado subiu 40,42%, então podemos perder um pouco disso", disse Trump em entrevista à estação 77 WABC.

Embora Pequim afirme que Washington é o agressor e está provocando protecionismo global, os parceiros comerciais da China reclamam há anos que o país abusa das regras da OMC (Organização Mundial do Comércio) e propaga políticas injustas que impedem empresas estrangeiras de entrarem em alguns setores no país.

NEGOCIAÇÕES

As negociações comerciais dos Estados Unidos com a China ainda não começaram, mas a expectativa é de que se iniciem nos próximos meses, disse o assessor econômico do presidente norte-americano, Donald Trump, nesta sexta.

"Elas ainda não começaram de fato. A resposta da China às nossas reclamações tem sido insatisfatória", disse Larry Kudlow, assessor econômico da Casa Branca, à Bloomberg TV.

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