Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Após boicote de Temer, governador de SP diz que caminhoneiros desconfiam do presidente

Marcio França afirmou que faltou didatismo ao governo

Thais Bilenky
São Paulo

Depois de sofrer boicote do presidente Michel Temer em acordo com caminhoneiros, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), responsabilizou a falta de didatismo do governo federal pela continuidade da greve.

O governador afirmou que ouviu três pedidos dos grevistas que, se atendidos, serão suficientes para desmobilizar a greve em três horas.

O primeiro é que o governo esclareça em uma tabela o valor do frete mínimo aprovado em medida provisória por subcategoria como os que transportam por carreta ou basculante.

O governador Márcio França - Pedro Ladeira/Folhapress

O segundo pedido é que o desconto de R$ 0,46 seja fixado em cima do preço do litro do diesel do sábado (19), anterior ao início da greve, que era de R$ 3,59 em São Paulo.

O terceiro pleito é a anistia de multas e pontuações nas carteiras de habilitação dos grevistas.

“O caminhoneiro tem que ser convencido a entrar de volta na boleia e fazer o seu serviço e só será convencido se tiver esclarecimento. Hoje eles não estão esclarecidos. A sensação que eles têm é que nós estamos empurrando para poder resolver a situação da gente e eles vão continuar com o problema deles”, criticou França nesta segunda (28).

“Claro, há desconfiança. Já é difícil confiar em político, quanto mais nessa circunstância”, disse após se reunir de novo com grevistas no Palácio dos Bandeirantes.

Candidato à reeleição desconhecido da população, França tenta ocupar um vácuo do poder político nas negociações. A tentativa de acordo de Temer da semana passada fracassou, e as novas medidas anunciadas pelo governo federal ainda não foram suficientes para desmobilizar por completo a greve.

“Alguém precisa destravar esse negócio. Se não tiver paciência de dialogar, [não avança], constatou.

No domingo (27), Temer boicotou o acordo que o governador paulista costurava em estágio avançado com os caminhoneiros. Deixou de garantir o congelamento do preço do diesel por 60 dias, medida que ele próprio anunciou horas depois na televisão.

França cutucou Temer, que não retornou seus telefonemas ao longo de toda a segunda. “Vou ligar para o presidente. Espero que a gente tenha mais sucesso dessa vez”, disse em entrevista a jornalistas.

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