A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira (10) que a instituição está “preparada para seguir respaldando” o governo da Argentina.
Lagarde se encontrou nesta quinta com o ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, que negocia um empréstimo do fundo para o país –o primeiro em 15 anos.
Em uma reunião em Washington, os dois concordaram em trabalhar por um financiamento do tipo “stand-by”, o clássico socorro do FMI a países com dificuldades econômicas.
Os valores não foram acertados: as negociações continuam em andamento e devem durar algumas semanas. O financiamento também precisa ser aprovado pela diretoria do FMI.
Segundo Dujovne, a modalidade stand-by tem “a flexibilidade necessária para cumprir o objetivo” do governo, que é fortalecer a liquidez da economia.
Para Lagarde, é um quadro de “renovada e significativa volatilidade no mercado financeiro”.
Um empréstimo do tipo stand-by de acesso elevado, como o negociado pela Argentina, pode atingir um montante significativo, muito acima da cota do país no FMI, que é de US$ 4,5 bilhões.
Ao mesmo tempo, o dinheiro não precisa necessariamente ser sacado, servindo como um “colchão” para melhorar os indicadores econômicos e a confiança do mercado.
O recurso ao FMI gerou protestos em Buenos Aires, num país em que as exigências do fundo em antigos empréstimos causaram aumento de tarifas em serviços públicos e corte de gastos pelo governo.
Lagarde afirmou, em nota, que as atuais reformas econômicas conduzidas pelo governo do presidente
Mauricio Macri são “importantes” e declarou seu “forte apoio” às medidas.
A gestão do argentino tentou aprovar um novo tarifaço nesta semana, numa medida altamente impopular, para cortar subsídios do kirchnerismo. A Câmara rechaçou a medida, mas Macri indicou que vetará o projeto.
Em nota, o ministro Dujovne destacou que o objetivo do governo é buscar uma saída para “anos de deterioração econômica e institucional”, e fazer com que o país cresça de maneira sustentável.
Em Washington, o argentino também encontrou pela manhã o subsecretário do Tesouro dos EUA, David Malpass, que afirmou que as discussões do país latino-americano com o FMI são “bem-vindas”.
Os Estados Unidos são o membro do FMI com maior número de votos na diretoria –cerca de 17%. Um eventual empréstimo à Argentina precisa ser aprovado por maioria simples.
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