Marfrig informou nesta terça-feira (15) que seu conselho de administração aprovou a contratação de financiamento até US$ 900 milhões em operação relacionada à compra da norte-americana National Beef.
O financiamento será contratado por sua subsidiária norte-americana NBM US Holdings junto ao Rabobank e desembolsado em parcelas a cada solicitação de desembolso, com prazo de 364 dias contados.
O objetivo do empréstimo é financiar a aquisição de 51% do capital social votante e total da National Beef, conforme acordo anunciado no início de abril.
A Marfrig anunciou no início do mês passado o acordo para comprar as ações da americana, por US$ 969 milhões (R$ 3,3 bilhões).
Com um faturamento combinado superior a R$ 43 bilhões e capacidade de abate em torno de 35 mil, a Marfrig passa a ser a segunda maior processadora de carne bovina do mundo, atrás apenas da JBS.
NEGÓCIOS
A Marfrig espera concluir em breve a venda de sua unidade Keystone, fornecedora de alimentos processados para redes de restaurantes, que tem as operações concentradas nos Estados Unidos e na Ásia, afirmou nesta terça o presidente-executivo da companhia, Martin Secco.
"Esperamos finalizar a negociação no curto prazo", disse ele em teleconferência com analistas, afirmando que não poderia entrar em detalhes sobre a operação devido a questões de sigilo, mas acrescentando que o interesse dos investidores está em linha com as expectativas da companhia.
De acordo com Secco, além da venda planejada da Keystone e da aquisição do controle da National Beef, a Marfrig não tem mais planos de fusões e aquisições em 2018. "Nosso foco está na conclusão das duas operações estratégicas anunciadas."
A venda da Keystone também é considerada pela companhia como relevante para alcançar a meta de endividamento medido pela relação dívida líquida e Ebitda de 2,5% no fim do ano. No final do primeiro trimestre, a alavancagem foi de 3,67 vezes.
De acordo com Secco, com a venda da Keystone a empresa dará um novo passo na gestão de seus passivos, conforme busca ser a empresa com melhor saúde financeira do setor.
Na véspera, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 206 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 233 milhões no mesmo período de 2017.
BRASIL
O executivo afirmou que espera a continuidade do ciclo positivo para o mercado de carne bovina no Brasil e que está satisfeito com o desempenho das fábricas que entraram em operação no ano passado, apesar de desafios, citando que tem avançado comercialmente nos mercados doméstico e externo.
"Tomamos a decisão consciente de que teríamos muitos desafios...mas estamos satisfeitos e confiantes de que foi a decisão correta", afirmou Secco.
No primeiro trimestre, o abate da divisão Beef da Marfrig cresceu 42% e somou 887 mil cabeças, com taxa de utilização da capacidade efetiva de 82% no Brasil.
Na teleconferência, ele também disse que a empresa está em processo de habilitação de unidades no Brasil para exportar para Oriente Médio e China, entre outros mercados, enquanto prevê a aprovação da habilitação das fábricas no Uruguai para vender para o Japão no segundo semestre.
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