Reunindo um time internacional de mais de mil editores e executivos do jornalismo, o Congresso Mundial da Impressa terminou nesta sexta (8) em Cascais, Portugal, destacando a necessidade de proteção ao jornalistas, que são alvos de ataque em todo o mundo durante o exercício profissional.
Do Brasil aos EUA, do México às Filipinas, exemplos de agressões à imprensa e à liberdade de expressão marcaram o encontro.
"Como o presidente dos EUA age tão mal com a mídia, os déspotas com os quais lido na África sentem-se autorizados a chamar os jornalistas de 'inimigos do Estado'", disse Angela Quintal, coordenadora do Comitê de Proteção dos Jornalistas, na África.
Dentro desse espírito, a Associação Mundial de Jornais (WAN-Ifra, na sigla em inglês), organizadora do congresso, atribuiu seu prêmio máximo à jornalista Maria Ressa, das Filipinas, conhecida por criticar o governo do presidente Rodrigo Duterte e a escalada de violência associada à guerra às drogas que ele declarou.
A necessidade de incorporar novas tecnologias -- como ferramentas de inteligência artificial e de áudio e vídeo-- no cotidiano das Redações foi ressaltada no congresso.
O uso de novas ferramentas para garantir o pagamento pelo conteúdo jornalístico também foi destacado.
Além de exemplos bem-sucedidos de paywall e das assinaturas digitais de jornais como Washington Post e Financial Times, empresas menores vêm apresentando resultados consistentes com diferentes tipos de assinatura.
Uma das apostas para o futuro, que tem dado seus primeiros passos em iniciativas nos EUA e na Europa, é o uso do chamado blockchain como forma de microfinanciamento e até de estruturação para Redações.
Mais conhecida como a tecnologia por trás de moedas virtuais, como o bitcoin, o blockchain é uma espécie de registro criptografado de atividades, que registra diversos tipos de transação e espalha seus registros por vários computadores.
Para os entusiastas da tecnologia, o blockchain poderia ser usado para garantir o anonimato de jornalistas e suas fontes.
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