Paralisações fazem movimento em rodovias cair 15% em maio

Fluxo de veículos, que vinha em alta, registra queda de 1% em 2018

São Paulo

Os protestos de caminhoneiros levaram a uma redução de 15% no fluxo de veículos em rodovias em maio, na comparação com o mês anterior, segundo índice da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias).

Em relação a maio do ano passado, a queda foi de 13,8%.

A maior redução foi observada no fluxo de veículos pesados, que caiu 27,7%. Nos veículos leves, a redução foi de 11,4%.

O índice é apurado com a Tendências Consultoria Integrada e desconsidera efeitos sazonais.

Foi a maior contração na passagem de mês em toda a série histórica da ABCR, iniciada em janeiro de 1999, ao considerar a série livre dos efeitos sazonais.

A queda de maio fez com que o fluxo acumulado dos cinco primeiros meses do ano fosse 1% menor do que em 2017.

Até abril, o movimento vinha em expansão de 2%.

No ano, o fluxo pedagiado de veículos leves acumula queda de 0,9% e o de pesados acumula redução mais intensa de 1,4%.

Em nota, Thiago Xavier, analista da Tendências, diz que o impacto negativo trazido ao mês pela paralisação deve ser parcialmente recuperado ao longo dos próximos meses, mesmo que alguma parte das perdas não seja revertida.

Outros setores

Além do segmento de concessionárias, outros setores já começam a contabilizar as perdas para o mês, que podem inverter o movimento de recuperação na indústria do início do ano.


As empresas do setor eletroeletrônico  registraram queda de faturamento média de 20% em maio, segundo dados divulgados nesta quinta pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).

A queda estimada no faturamento das cerca de 500 associadas da Abinee no mês é de R$ 2,5 bilhões. As empresas também apontam ainda estar com dificuldades para receber insumos para retomar o nível normal de produção.

Na quarta, a Anfavea informou que a produção do setor automotivo caiu mais de 15% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

A queda interrompe série de 18 meses de altas. A indústria estima ter perdido entre 70 mil e 80 mil unidades de produção durante a paralisação dos caminhoneiros.
 

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