Descrição de chapéu petrobras

Temer escolhe Ivan Monteiro para presidir Petrobras e nega mudanças na política de preços

Diretor na gestão Parente já havia sido escolhido para comandar interinamente a petroleira

Ivan Monteiro em audiência conjunta no Senado que discutiu situação da Petrobras, em abril de 2015
Ivan Monteiro em audiência conjunta no Senado que discutiu situação da Petrobras, em abril de 2015 - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília

O presidente Michel Temer anunciou o nome de Ivan Monteiro para ser o novo presidente da Petrobras. 

Temer disse que o nome de Monteiro para presidir a Petrobras será encaminhado como recomendação ao Conselho de Administração, o mesmo que o indicou para o cargo de maneira interina.

Aceito pelo conselho, ele substituirá de maneira efetiva Pedro Parente, que pediu demissão na manhã desta sexta-feira (1º).

O anúncio foi feito feito em um pronunciamento de dois minutos no Palácio do Planalto nesta noite sem a presença de Monteiro, que viajou a Brasília para uma conversa com o presidente.

"Comunico que, escolhido hoje como interino, Ivan Monteiro, diretor da Petrobras, será recomendado ao conselho de administração para ser efetivado na presidência da Petrobras", afirmou Temer.

O presidente disse reafirmar o compromisso com a recuperação da saúde financeira da companhia e que não haverá alterações na política de preços praticada pela empresa.

“Continuaremos com a política econômica que nestes dois anos retirou a empresa do prejuízo e a trouxe novamente para o rol das mais respeitadas no Brasil e no exterior”, disse Temer.

“Não haverá qualquer interferência na política de preços da companhia. Ivan Monteiro é a garantia de que este rumo permanece inalterado”, disse Temer, que também agradeceu o ex-presidente da Petrobras “por sua extraordinária dedicação” e afirmou ainda que "a recuperação da Petrobras veio para ficar".

Monteiro havia sido escolhido pelo Conselho de Administração, no fim da tarde, para assumir o cargo interinamente após a saída de Parente.

Ele é o atual diretor-executivo da área financeira e de relacionamento com investidores da Petrobras.

Ex-vice-presidente do Banco do Brasil, Monteiro chegou a estatal com o antigo presidente, Aldemir Bendine, mas foi mantido no cargo por Parente. De perfil técnico, ele é apreciado pelo mercado financeiro, que credita também a ele a recuperação da companhia.

Auxiliares do presidente afirmaram mais cedo que a estratégia do governo era pela não ruptura com a gestão de Parente e manteria a diretoria atual. 

O presidente passou a manhã e a tarde em reunião com ministros após o encontro com Parente, que selou a sua saída.

A conversa entre Parente e Temer durou entre 20 e 30 minutos. Segundo assessores do presidente da República, Parente estava tenso antes do encontro e chegou com a carta de demissão pronta.

Auxiliares de Temer dizem que Parente não gostou da interferência do governo na Petrobras quando, no início da crise da greve dos caminhoneiros, teve que anunciar desconto no preço do óleo diesel. 

Com o desenrolar dos acontecimentos e percebendo já surgir uma pressão também para que algo seja feito em relação ao preço da gasolina, o presidente da Petrobras se deu conta de que outras intervenções poderiam acontecer.

Segundo a Folha apurou, o governo não viu com bons olhos o fato de Parente ter anunciado sua saída com o mercado aberto, em vez de ter feito isso um dia antes, no feriado de Corpus Christi, ou mesmo depois do fechamento das bolsas nesta sexta-feira. 

Nesta sexta-feira (1°), as ações da Petrobras caíram quase 15% e a empresa perdeu R$ 40 bilhões em valor de mercado.

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