Trump anuncia tarifas sobre US$ 50 bi em produtos chineses e Pequim revida

China disse que vai cobrar taxa de 25% sobre 659 produtos americanos no valor de US$ 50 bilhões

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Washington e Pequim | agências de notícias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas sobre US$ 50 bilhões em importações chinesas nesta sexta-feira (15), e Pequim revidou horas depois com taxas no mesmo valor, inflamando uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Trump afirmou em comunicado que uma tarifa de 25% será imposta a uma lista de importações estrategicamente importantes da China. Prometeu também medidas adicionais se Pequim retaliasse.

"Os Estados Unidos buscarão tarifas adicionais se a China adotar medidas retaliatórias, como a adoção de novas tarifas sobre bens, serviços ou produtos agrícolas dos Estados Unidos; levantando barreiras não tarifárias ou adotando ações punitivas contra exportadores americanos ou empresas americanas que operam na China", disse Trump no comunicado.

A lista inicial de Trump inclui 818 produtos no valor de US$ 34 bilhões em bens chineses. O restante dos US$ 50 bilhões ainda serão decididos.

Poucos minutos depois, o Ministério do Comércio da China afirmou que adotaria medidas tarifárias de tamanho e intensidade similares às novas tarifas americanas em resposta ao anúncio do governo dos EUA.

"A China não quer uma guerra comercial, mas o lado chinês não tem opção a não ser se opor fortemente a isso, devido ao comportamento míope dos Estados Unidos que afetará ambos os lados", disse o Ministério do Comércio em seu site.

Horas depois, a agência oficial de notícias Xinhua informou que a China vai impor tarifa adicional de 25% sobre 659 produtos americanos no valor de US$ 50 bilhões.

As tarifas de US$ 34 bilhões em bens dos EUA, incluindo produtos agrícolas, aquáticos e automóveis, entrarão em vigor a partir de 6 de julho, disse a agência, citando a Comissão Tarifária do Conselho de Estado.

As taxas de outros produtos americanos serão anunciadas em uma data posterior, de acordo com a Xinhua. 

Trump já havia dito que os EUA visariam mais US$ 100 bilhões em importações chineses se Pequim retaliasse.

Washington e Pequim pareciam cada vez mais propensos a uma guerra comercial após várias rodadas de negociações falharem em resolver as reclamações dos Estados Unidos em relação à política industrial e acesso ao mercado da China, além de um déficit comercial de US$ 375 bilhões. 

"Se os Estados Unidos tomarem medidas unilaterais, protecionistas, ferindo os interesses da China, nós reagiremos rapidamente e tomaremos os passos necessários para proteger nossos direitos justos e legítimos", disse Geng Shuang em um pronunciamento diário à imprensa. 

Trump já provocou uma guerra comercial com Canadá, México e União Europeia devido a aço e alumínio, e ameaçou impor taxas sobre carros europeus.

Washington também completou uma segunda lista de possíveis tarifas sobre outros US$ 100 bilhões em bens chineses, na expectativa de que a China iria responder à lista tarifária dos Estados Unidos, disseram fontes à Reuters. 

A China já publicou sua própria lista de tarifas sobre US$ 50 bilhões em bens dos EUA, incluindo soja, aeronaves e automóveis, e disse que contra-atacaria se Washington continuasse com outras medidas. 

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