Comitê do governo decide prorrogar acionamento de térmicas mais caras

Previsões para chuvas nas usinas hídricas do Sul aumentaram de 90% da média histórica para 129%

São Paulo | Reuters

O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), formado por autoridades e técnicos da área de energia do governo, decidiu manter na próxima semana o acionamento de termelétricas mais caras, mesmo com modelos computacionais utilizados na programação do sistema indicando que as usinas poderiam ser desligadas.

Segundo nota do Ministério de Minas e Energia, a decisão do CMSE em reunião na quarta-feira (5) foi motivada pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no país.

"O nível de armazenamento equivalente do subsistema Sudeste/Centro-Oeste se encontra no menor valor dos últimos anos", ressaltou a pasta em nota.

Segundo o ministério, com isso o CMSE decidiu prorrogar até 14 de setembro o despacho de usinas termelétricas com custo de operação de até 766,28 reais por megawatt-hora. A decisão de acionar essas usinas havia sido tomada na última sexta-feira.

Se não fosse a determinação do CMSE, seriam acionadas apenas térmicas até custo de cerca de R$ 492, atual patamar do chamado custo marginal de operação (CMO), calculado por modelos operacionais que guiam o acionamento das usinas no sistema elétrico do país.

O CMSE ainda deliberou por promover esforços para viabilizar a geração de termelétricas atualmente disponíveis, mas não operacionais, e solicitou que o ONS (Operador Nacional do Sistema) "avalie a viabilidade do aumento da importação de energia dos sistemas elétricos uruguaio e argentino."

Apesar disso, o comitê afirmou que não há risco de falta de energia.

"O CMSE reiterou a garantia do suprimento no ano de 2018 e destacou que há recursos energéticos disponíveis, inclusive além dos montantes já despachados de usinas termelétricas. O despacho fora da ordem de mérito neste momento visa, sobretudo, preservar os estoques armazenados nas cabeceiras dos rios Grande e Paranaíba", explicou o comitê.

PROJEÇÃO DE CHUVA

O ONS revisou as projeções de chuva em setembro na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentram os maiores reservatórios, e agora espera precipitações em 73% da média histórica, contra 79% na semana anterior, segundo relatório.

O órgão do setor de energia, no entanto, aumentou significativamente as previsões para as chuvas nas usinas hídricas do Sul, para 129%, contra 90% anteriormente.

As expectativas de desempenho da carga de energia foram mantidas, com projeção de alta de 1,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

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