EUA poupam aparelhos da Apple em tarifas, mas atingem serviços de nuvem

Presidente da companhia disse estar otimista de que Estados Unidos e China vão resolver diferenças comerciais

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Singapura | Reuters

Os Estados Unidos pouparão os relógios da Apple e alguns outros aparelhos pessoais da mais recente rodada de tarifas impostas sobre bens chineses, de acordo com uma lista de produtos divulgada segunda-feira (17) pelo Representante do Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês).

No entanto, partes para servidores de computadores e equipamento de rede usados em centros de dados em nuvem e serviços de internet agora enfrentam um encargo, assim como algumas peças para máquinas usadas na fabricação de semicondutores.

Novo AirPod, fone de ouvido sem fio da Apple, custará US$ 159 e será lançado em outubro
Empresa americana temia por seu Apple Watch e fones sem fio AirPods, mas ambos foram deixados de fora da lista - Divulgação

O presidente dos EUA, Donald Trump, ampliou sua guerra comercial com a China segunda-feira, impondo 10% tarifas sobre o equivalente a US$ 200 bilhões (R$ 830 bilhões) em importações chinesas e alertou que se a China tomar medidas de retaliação contra os setores agrícola e industrial dos EUA, "nós vamos imediatamente avançar para a fase três, que envolve tarifas sobre aproximadamente US$ 267 bilhões (R$ 1,1 trilhão) de importações adicionais".

A proposta da administração levou a protestos de empresas de tecnologia anteriormente neste ano, mas a lista final de equipamentos tarifados pelo USTR evita muitos grandes nomes de marcas de consumo e produtos.

O iPhone não estava entre a ampla lista de produtos que a Apple disse a reguladores que seriam atingidos pela rodada de tarifas sobre bens equivalentes a US$ 200 bilhões em uma carta de 5 de setembro para autoridades comerciais. A Apple temia por seu Apple Watch e seus fones sem fio AirPods, mas ambos foram deixados de fora da lista anunciada segunda-feira.

A nova rodada de tarifas entra em vigor em 24 de setembro com um encargo de 10% que sobe para 25% em 1º de janeiro de 2019.

Entretanto, se Trump expandir as tarifas para um adicional de bens equivalentes a US$ 267 bilhões, quase toda a importação chinesa seria afetada, incluindo o iPhone, assim como todos outros smartphones. As ações da Apple caíram 0,7%, a US$ 216,29 (R$ 904,09) no after market da véspera.

As ações de fornecedores da Apple em Taiwan e na China caíram nesta terça-feira. Os papéis da Foxconn, uma fabricante de Taiwan formalmente conhecida como Hon Hai Precision Industry, caíram 2,6%, enquanto as ações da Pegatron recuaram 1,37%. A fabricante de lentes para câmeras Largan Precision despencaram quase 10%.

Apesar das exclusões, alguns produtos que ajudam a operação de redes de computadores, como roteadores, vão permanecer na nova lista, disse a autoridade.

Isso pode afetar empresas menores de tecnologia, como Eero, uma startup que fabrica roteadores de uso doméstico e que havia pedido para ser excluída das tarifas. Juntando tudo, cerca de 300 categorias de produtos foram deixadas de fora, incluindo alguns aparelhos pessoais fora do setor de tecnologia, como capacetes para bicicletas e cadeiras para transportar crianças em carros.

 O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, disse nesta terça que está otimista de que EUA e China eventualmente vão resolver as suas diferenças comerciais.

"Eu estou otimista porque o comércio é uma dessas coisas que não é jogo soma zero", afirmou Cook ao programa "Good MorningAmerica", da ABC News.

"Podemos negociar algo e ambos podemos ganhar. Então sou otimista de que os dois países resolverão isso e a vida seguirá", acrescentou.

"O iPhone é montado na China, mas as partes vêm de vários lugares", afirmou Cook ao ser perguntado porque a Apple foi poupada.

"Eu não quero falar por eles, mas eu acho que olharam para isso e não é realmente bom para os Estados Unidos colocarem uma tarifa nesse tipo de produto."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.