Justiça condena seis investigados pela Operação Carne Fraca

Esquema de corrupção envolvia fiscalização de frigoríficos pelo país

Estelita Hass Carazzai
Curitiba

A Justiça Federal do Paraná condenou nesta sexta-feira (28) seis pessoas investigadas na Operação Carne Fraca, que apurou um esquema de corrupção na fiscalização de frigoríficos pelo país.

Foram condenados, pelo crime de corrupção passiva, os fiscais agropecuários Maria do Rocio Nascimento, Dinis Lourenço da Silva e Welman Paixão Silva Oliveira; o ex-superintendente do Ministério da Agricultura em Goiás Francisco Carlos de Assis; o advogado José Antônio Diana Mapelli e o ex-gerente de Relações Institucionais da BRF Roney Nogueira dos Santos.

A decisão absolveu, porém, o ex-diretor da BRF André Luis Baldissera, que teve autorizado seu retorno às atividades na empresa, e o fiscal do Ministério da Agricultura Daniel Gonçalves Filho, que fora superintendente no Paraná e é apontado pelo Ministério Público como líder do esquema (ele ainda é réu em outra ação).

Os fiscais, segundo a sentença, solicitaram vantagens indevidas a representantes da BRF, um dos maiores frigoríficos do país, em troca de agilizar (ou sob pena de retardar) os processos da companhia no ministério.

Dois deles teriam inclusive pedido uma contribuição de R$ 300 mil para o PTB, partido que indicava os nomes para a chefia do serviço em Goiás –o pagamento não foi realizado. Outros pediam à empresa peças de carne, como costela suína, peitos de frango e sobrecoxa.

“Incumbia aos servidores, isso sim, demostrar isenção e imparcialidade, velando pela moralidade e probidade administrativas. Agindo tal como demonstrado nos autos, desprezam-se seus deveres mais elementares, instando outrem a atender a seu interesse pessoal”, escreveu o juiz federal Marcos Josegrei da Silva.

Os seis réus foram condenados à perda dos cargos públicos e a até seis anos de detenção.
Esta é apenas uma das seis ações relativas à Operação Carne Fraca. Em outros dois processos, Silva já condenou três antigos funcionários do Ministério da Agricultura no Paraná por corrupção, além de um ex-fiscal em Goiás por embaraço à investigação.

Ainda cabe recurso da decisão. A Folha não conseguiu contato com a defesa dos réus condenados.

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