'Novo governo perceberá a importância dos leilões', diz executivo da Exxon

Americana deixou o país em 2012 depois de perfurar três poços na região e não encontrar nada

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Rio de Janeiro

Primeira operadora privada no pré-sal brasileiro, ainda antes da exclusividade da Petrobras, a americana Exxon deixou o país em 2012 depois de perfurar três poços na região e não encontrar nada.

No governo Temer, porém, se tornou a empresa com o maior número de blocos adquiridos: 26 ao todo, entre pós-sal e pré-sal. "Desta vez será diferente", disse à Folha o presidente global de Exploração e Produção da companhia, Stephen Greenlee.

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Stand da Exxon Mobil durante a feita Rio Oil & Gas, que aconteceu no Rio de Janeiro - Sergio Moraes/Reuters

 

A Exxon ficou cerca de cinco anos fora da exploração no país. O que fez a empresa voltar?

A realização dos leilões. Estávamos esperando oportunidades para entrar.

Então, quando começaram os leilões, fizemos todas as análises técnicas e, no fim, estávamos prontos para fazer boas ofertas.

Os leilões são um processo bem transparente, um tanto tensos, e estamos felizes com os resultados.

A Exxon contratará fornecedores brasileiros em suas operações?

Sim. O Brasil tem excelentes fornecedores.

E podemos garantir isso porque estamos desenvolvendo um projeto na Guiana, para o qual já encomendamos 17 árvores de natal [equipamento que controla o fluxo de um poço] com um fornecedor brasileiro.

E sabemos que vamos demandar muito mais para a fase dois do projeto.

Além disso, outros componentes submarinos estão sendo fornecidos do Brasil.

A abertura do pré-sal a estrangeiras é questionada por candidatos à Presidência. Como a Exxon avalia isso?

A Exxon não se envolve em política, mas posso dizer que as rodadas de licitação trouxeram um grande volume de investimentos ao Brasil. E a produção dessas reservas significa um grande volume de receitas para o Brasil.

Acredito que, na medida em que avançarmos, o novo governo vai perceber o valor desse trabalho.

O pré-sal pode é competitivo em comparação à crescente indústria de produção de reservas não convencionais nos Estados Unidos?

Sim. É um tipo completamente diferente de investimento, mas os retornos são comparáveis aos melhores ativos não convencionais.

Hoje não há nada melhor para trazer para o nosso portfólio do que essas reservas que o Brasil descobriu nos últimos anos. Por isso estamos tão empolgados.

O sr. trabalhou no BM-S 22 [o bloco do pré-sal devolvido em 2012]?

Não, mas acompanhei de perto. Foi uma infelicidade, mas agora será diferente. NP

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