Montadoras estão prontas para lançamento de grandes caminhões elétricos

Desafio é medir qual será tamanho do mercado, especialmente fora da China

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Detroit (EUA) | Reuters

O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, colocou caminhões comerciais elétricos pesados ​no mapa em novembro de 2017, quando apresentou o futurista Semi, alimentado por bateria, recebeu centenas de pedidos e disse que iria começar a entregar os veículos até 2019.

Agora, parece que 2020 pode ser o grande ano para grandes caminhões elétricos. Os fabricantes de caminhões tradicionais estão acelerando seus projetos de caminhões elétricos para lançamento dentro de dois anos, enquanto Musk disse aos investidores em junho que a produção do atrativo caminhão Semi deve começar basicamente no primeiro semestre de 2020 em vez de 2019.

Impulsionados pela pressão regulatória para reduzir a poluição do diesel, os fabricantes de caminhões comerciais fizeram vários anúncios de veículos movidos a bateria elétrica ou a hidrogênio. Eles receberam pedidos de grandes operadoras de frota, como Walmart, United Parcel Service e Anheuser Busch Inbev.

O desafio é medir qual será o tamanho do mercado de caminhões comerciais elétricos, especialmente fora da China.

Caminhão Semi, produzido pela Tesla
Caminhão Semi, produzido pela Tesla - Alexandria Sage/Reuters

A autonomia limitada da maioria dos caminhões comerciais a hidrogênio ou elétricos de primeira geração e a falta de infraestrutura de recarga ameaçam limitar as vendas a operações de curta distância.

Na China, os reguladores estão considerando um plano de longo prazo para substituir 1 milhão de caminhões a diesel por caminhões mais limpos, incluindo modelos elétricos, e alguns portos e cidades chinesas estão proibindo caminhões a diesel, o que pode aumentar significativamente as vendas.

Nos Estados Unidos, as perspectivas para a demanda de caminhões elétricos são mais nubladas. Alguns analistas estimam que, até meados da década de 2020, as vendas anuais de caminhões elétricos nos EUA podem ficar na casa das centenas. Nos últimos 12 meses, os pedidos de caminhões a diesel totalizaram 497 mil unidades.

O OVO OU A GALINHA

A infraestrutura de abastecimento é uma grande dor de cabeça para caminhões elétricos e movidos a hidrogênio.

O diretor de veículos comerciais da Hyundai Motor, Mark Freymueller, descreve problema como a questão do ovo e da galinha: as empresas de caminhões estão relutantes em comprar caminhões sem postos de abastecimento, mas os operadores de postos de combustível não os instalarão sem clientes de caminhões.

Caminhões elétricos a bateria podem levar horas para recarregar e as estações de recarga são escassas na maioria dos Estados dos EUA. Os caminhões de hidrogênio podem ser reabastecidos em aproximadamente o mesmo tempo que um caminhão a diesel –mas as estações de reabastecimento de hidrogênio são ainda mais raras, com a maioria concentrada na Califórnia.

"Infraestrutura de abastecimento é um primeiro passo muito importante", disse Chris Cannon, diretor de sustentabilidade do Porto de Los Angeles. "Os caminhões podem funcionar muito bem, mas se não conseguirem combustível, não poderão operar."

No mês passado, o Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia anunciou US$ 41 milhões (R$ 150 milhões) em doações ao porto para a construção de dez caminhões elétricos movidos a célula de combustível de hidrogênio a serem desenvolvidos pela unidade Kenworth da Toyota e a Paccar.

A doação também financiará parcialmente dois novos postos de combustíveis de hidrogênio a serem construídos pela Royal Dutch Shell.

A maioria dos fabricantes vê rotas de curta distância, como serviços de transporte de e para portos ou pátios ferroviários, como prováveis ​​primeiros adotantes de caminhões elétricos ou movidos a hidrogênio.

"Achamos que as primeiras aplicações vão ser mais curto prazo", disse Denny Mooney, vice-presidente de engenharia da Navistar International. "Vamos começar onde o negócio faz sentido."

Clientes da Tesla, como a unidade DHL da Deutsche Post, que encomendou dez Semis, dizem que poderiam economizar dezenas de milhares de dólares em manutenção e combustível anualmente.

Elon Musk disse que o alcance do Semi pode atingir 600 milhas-- cerca de 965 quilômetros. Mas um porta-voz disse que subir a montanha com ar condicionado ou usar outros aparelhos reduziria esse alcance. Muitos modernos veículos de 18 rodas contêm televisores, geladeiras e outros aparelhos.

"Em muitos aspectos, somos idealmente adaptados para sermos os primeiros a adotar essa tecnologia, porque não temos muito negócio a longo prazo", disse o porta-voz da UPS, Glenn Zaccara.

A Tesla está trabalhando com clientes em potencial, incluindo UPS, Pepsico e Anheuser-Busch para construir estações de carregamento em suas instalações.

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