Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Banco Central, Ilan Goldfajn, se reuniram nesta tarde com todos os líderes partidários para debater a possibilidade de votação ainda em 2018 do projeto de independência do banco.
Segundo deputados que participaram da reunião, houve amplo consenso a favor da medida, que já começaria a ser discutida nas próximas semanas. Apenas os partidos de esquerda se manifestaram contra.
“Ele [Ilan] afirmou que participa de fóruns internacionais e que o Brasil é o único país que não tem um BC independente”, afirmou Monteiro. "Segundo sua explanação, dos 50 países mais desenvolvidos o Brasil é um dos poucos, senão o único, em que não há essa independência", afirmou o ex-ministro e deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
Líder da terceira maior bancada da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) afirmou ter havido um amplo consenso de que o projeto está maduro para ser colocado em votação na Câmara a partir da próxima semana.
Rodrigo Maia, que tenta a reeleição ao cargo, é a favor do projeto. Segundo o texto, presidentes e diretores do BC teriam mandato de quatro anos, não coincidentes com o do presidente da República.
Ainda de acordo com deputados que participaram da reunião, o presidente do BC disse considerar salutar a não coincidência de mandatos. Hoje o presidente do BC e os diretores do banco podem ser exonerados pelo chefe do Executivo a qualquer tempo.
Ilan saiu sem falar com a imprensa. De acordo com os deputados, ele colocou toda a equipe técnica do BC à disposição dos parlamentares e ficou de voltar para conversar com os deputados em uma nova oportunidade. O relator do projeto de autonomia do BC, o deputado Celso Maldaner (MDB-SC), também estava na reunião.
Há possibilidade de Ilan permanecer no posto no governo Bolsonaro, que defendeu a independência do BC durante a campanha. Segundo deputados, o presidente do BC não falou sobre esse assunto na reunião.
Integrante da oposição, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou não ter havido acordo para votação.
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