O governo ainda precisa se posicionar sobre a fusão de Embraer e Boeing no segmento de aviação comercial.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que o governo tem que analisar as implicações do negócio em relação à golden share (ação especial em posse da União).
Essa análise é feita pela Procuradoria da Fazenda Nacional e, sem seguida, o ministro da Fazenda tem que encaminhar a avaliação para o presidente da República. O governo analisa se o negócio fere algumas das exigências previstas da ação especial.
A tendência, disse ele, é que o governo permaneça com uma golden share da Embraer, com influência sobre o restante da empresa que não foi alvo da fusão com a Boeing.
“Não sei se dá tempo em uma ou duas semanas. Então talvez seja um processo que tenha começado agora e termine no início do próximo governo”, afirmou Mansueto.
Mansueto integrava o grupo de trabalho do governo que estava analisando o caso Boeing-Embraer.
O futuro secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, afirmou que o Brasil precisa dar “salto de competitividade global e de produtividade, fazendo com que as melhores práticas internacionais sejam internalizadas”. Mas evitou afirmar que o negócio com a Boeing poderia ajudar nesse objetivo. “Temos que avaliar com cuidado.”
A Procuradoria da Fazenda informou que foi notificada, na tarde desta segunda-feira, do negócio. A partir de agora, o governo tem 30 dias para apreciar as condições da operação, à luz das exigências da golden share.
A ação especial dá a União poder de veto em questões como a transferência de controle da companhia, interrupção no fornecimento de peças de aeronaves militares e mudança de nome. A análise deve ser levada ao presidente da República.
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