O banco sozinho não vai reduzir taxa de juros, diz presidente do Bradesco

Ele defendeu as medidas apontadas pela federação dos bancos para a queda do spread bancário

Tássia Kastner Flavia Lima
São Paulo

Os bancos sozinhos não vão reduzir as taxas de juros, afirmou nesta sexta o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari.

“O banco sozinho não vai reduzir taxa de juros. O que a gente pode fazer sozinho é muito pouco”, afirmou.

Para ele, chegou a hora de cada um fazer um pouquinho mais do seu papel para que os juros ao consumidor caiam e que esse é o objetivo da campanha da Febraban (federação dos bancos) ao lançar um livro em que argumenta porque considera que os juros brasileiros são altos. O texto também apresenta medidas que a entidade considera que poderiam ajudar na queda dos juros.

“Podemos reduzir as taxas de juros e elas estão sendo reduzidas”, disse, em referência a queda do custo do crédito a medida em que a taxa selic foi cortada.

Octavio de Lazari, presidente do Bradesco
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco - Zanone Fraissat/Folhapress

A Selic, que reflete o custo de captação dos bancos, saiu da máxima de 14,25% ao ano para 6,5%, patamar em que está desde março deste ano e é a mínima histórica.

O spread é a receita do banco e reflete a diferença entre o custo de de captação e os juros cobrados de quem toma empréstimo.

Lazari elencou então parte das medidas citadas pela Febraban em livro que começou a ser distribuído nos últimos dias. “Aí não está uma pauta de reivindicações, mas uma agenda positiva”, complementou.

Entre elas estão inadimplência e dificuldade de executar garantias e custos com segurança das agências. 

O executivo afirmou que atualmente são 14 explosões de agências e caixas eletrônicos do banco por semana. O custo com esse tipo de crime é, porém menor que o em prevenção a ataques cibernéticos.

“O problema da explosão de caixa eletrônico é que é um reflexo da situação social do país. Se olhar quanto ele rouba são 30 mil”, disse. Além disso, há o custo do caixa eletrônico, de R$ 100 mil e a reforma da agência danificada, calculado em R$ 1 milhão.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.