Com desaceleração na China, Apple revisa para baixo receita no trimestre

Companhia deve fechar trimestre fiscal com receita de US$ 84 bilhões

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São Paulo

A Apple revisou para baixo a receita para seu primeiro trimestre fiscal, terminado em dezembro. Em carta a investidores, nesta quarta-feira (2), o presidente-executivo, Tim Cook, estimou uma receita de US$ 84 bilhões (R$ 324 bilhões). 

Mulher segura iPhone próxima à loja da Apple em Pequim, na China; iPhone responde por mais de 60% da receita da companhia
Mulher segura iPhone próxima à loja da Apple em Pequim, na China; iPhone responde por mais de 60% da receita da companhia - Jason Lee/Reuters

No mês anterior, a previsão era de um valor entre US$ 89 bilhões e US$ 93 bilhões. O resultado é preliminar. 

Os custos operacionais devem ficar em torno de US$ 8,7 bilhões (R$ 33,5 bilhões) e demais despesas, em US$ 550 milhões (R$ 2,1 bilhões).

​Cook atribuiu os números a quatro fatores principais: a data de lançamento de modelos de iPhone, diferente em relação ao ano anterior, o que impactou no comparativo de vendas; a valorização do dólar, que diminuiu o poder de compra no mercado estrangeiro; a restrição nas vendas do Apple Watch Series 4, do iPad Prod de AirPods e do MacBook Air; e a fraqueza nos mercados emergentes.

Tudo isso levou a uma diminuição na estimativa de venda de iPhones, principal produto da marca, responsável por mais de 60% da receita da companhia. 

Em relação ao mercado externo, a desaceleração chinesa foi um ponto central para a revisão financeira da Apple.

“Embora tenhamos antecipado alguns desafios nos principais mercados emergentes, não previmos a magnitude da desaceleração econômica, particularmente na Grande China”, escreveu Cook. 

Segundo o executivo, mais de 100% do declínio mundial de receita ano após ano ocorreu na China.
A desaceleração no país iniciou no segundo semestre, com o segundo pior crescimento do PIB dos últimos 25 anos.

A tensão comercial com os Estados Unidos afetou a Apple e outras empresas de tecnologia. 
Além do amplo consumo, o país fornece mão de obra para produtos do Ocidente.

“Apesar desses desafios, acreditamos que nossos negócios na China têm um futuro brilhante. A comunidade de desenvolvedores do iOS na China está entre as mais inovadoras, criativas e vibrantes do mundo”, ponderou.

A redução do comércio do iPhone não deve impactar a base instalada da Apple. Segundo Cook, o número de dispositivos ativos foi recorde em 12 meses, com crescimento de 100 milhões de unidades.

A receita fora dos negócios do smartphone cresceu quase 19% ano a ano, incluindo vestíveis, serviços e computadores. 

Depois da notícia, as ações da Apple caíram mais de 7% no pós-mercado, a US$ 145,9 por volta das 23h (horário de Brasília). Ao fim do pregão, os papéis foram negociados em US$ 157,92, alta de 0,11%.

A empresa, que chegou a bater US$ 1 trilhão em valor de mercado em 2018, está avaliada em US$ 749 bilhões (R$ 2,8 trilhões), perdendo a corrida para Amazon, com valor de US$ 752 bilhões (R$ 2,9 trilhões), e para a Microsoft, que registrou US$ 781 bilhões (R$ 3 trilhões) nesta quarta-feira.

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