Varejo avança 2,3% em 2018; vendas do setor recuam no mês do Natal

Em dezembro, comércio teve queda de 2,2% em relação a novembro

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São Paulo

As vendas no varejo brasileiro avançaram 2,3% em 2018, segundo informações divulgadas pelo IBGE nesta quarta (13). Apesar de ser o melhor resultado desde 2013, apenas três dos oito grupos analisados pelo instituto tiveram alta no período, o que indica que o segmento ainda se recupera da crise.

Mesmo apresentando alta pelo segundo ano consecutivo, o setor ainda precisa de se movimentar para superar a queda acumulada dos anos de 2015 e 2016, afirma a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes.

"Há ainda um espaço de recuperação para chegar no ponto mais elevado. Na verdade, ele [o varejo] está a 7% do ponto mais elevado, que foi em outubro de 2014."  

Os grupos que tiveram comportamento positivo foram o de supermercados, alimentos, bebidas e fumos, o de artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos e o de outros artigos de uso pessoal e doméstico.

​Esse sintoma de recuperação de crise pode ser percebido também no varejo ampliado, que engloba ainda veículos e materiais de construção. Segundo a FecomercioSP, o ritmo de vendas nesse recorte está 24% menor do que em 2013.

Mais Black Friday, menos Natal

Enquanto o acumulado do ano se manteve positivo, o mês do Natal ficou em queda. As informações divulgadas nesta quarta mostram que, em dezembro, o setor apresentou o maior recuo para o período desde 2000, com uma retração de 2,2%, na relação com novembro. A projeção da Bloomberg era que o volume de vendas do varejo recuasse 0,1%.

Para Nunes, o bom desempenho do setor durante a Black Friday fez com que dezembro descontasse as vendas do mês anterior e recuasse.

"A cada ano, observamos que o patamar de vendas de novembro vem se aproximando ao nível de dezembro. Isso significa que essas festas de final de ano vêm sendo antecipadas devido ao estímulo da Black Friday."

Economistas do Boa Vista SCPC corroboraram a tese de Nunes, indicando que a nova data do comércio esteja comprometendo as tradicionais vendas do Natal, principal data do ano para o setor. Eles destacam a queda mensal em dezembro de 5,1% das vendas de móveis e eletrodomésticos, após alta de 4,2% em novembro.

Esse movimento, de alta na Black Friday e queda no Natal, ocorreu também com artigos pessoal e doméstico e tecidos, vestuários e calçados.

Varejo ampliado

No varejo ampliado, segmento que engloba material de construção e veículos, as vendas recuaram 1,7% em dezembro, na relação com novembro. No acumulado do ano, contudo, o grupo avançou 5%, com o melhor patamar em seis anos.

Esse número de 2018 foi influenciado principalmente pelo avanço de 15,1% nas vendas de veículos e motos, partes e peças, única atividade a apresentar crescimento com mais de dois dígitos. Foi o melhor desempenho desse segmento desde 2007.

Atividades Taxa de variação, no acumulado do ano Taxa de variação em dezembro, na relação com novembro
Combustíveis e lubrificantes - 5,0 1,4
Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumos 3,8 -0,3
Tecidos, vestuários e calçados -1,6 -3,7
Móveis e eletrodomésticos -1,3 -5,1
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 5,9 0,4
Livros, jornais, revistas e papelaria -14,7 5,7
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação 0,1 -5,5
Outros artigos de uso pessoal e doméstico 7,6 -13,1
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