Descrição de chapéu Governo Bolsonaro Previdência

Bolsonaro diz que é direito de Guedes deixar cargo e fala em 'catástrofe' sem Previdência

Em primeira visita ao Nordeste, presidente se irrita com pergunta sobre rejeição na região

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Recife

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (24) que é um direito do ministro Paulo Guedes (Economia) deixar o cargo caso a reforma da Previdência não seja aprovada. 

Guedes afirmou em entrevista para a revista Veja que não tem como permanecer no governo se a proposta de mudança enviada ao Congresso virar uma “reforminha”. 

Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante visita ao Castelo São João
Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante visita ao Castelo São João - Marcos Corrêa/PR

“É um direito dele, ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente ele está vendo uma catástrofe, é verdade, eu concordo com ele [Guedes], se nós não aprovarmos algo realmente muito próximo ao que enviamos no Parlamento. O que Paulo Guedes vê, e ele não é nenhum vidente, nem precisa ser, para entender que o Brasil vai viver um caos econômico sem essa reforma”, disse, em Recife (PE).

Na primeira visita ao Nordeste como presidente da República, Bolsonaro também se irritou com uma pergunta sobre sua rejeição na região.

“Pode fazer uma pergunta inteligente, por favor?”, respondeu.

O Nordeste é a região na qual Bolsonaro tem a sua pior avaliação. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, 39% dos nordestinos consideram o seu governo ruim ou péssimo, ante 30% da média nacional. 

O político foi derrotado nos nove estados da região na eleição do ano passado, ficando atrás do então candidato Fernando Haddad (PT).

Oficialmente, o encontro desta sexta serviu para aprovar o Plano de Desenvolvimento do Nordeste, que tem o objetivo de estimular a economia na região, em reunião da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). O governo diz que quer enviar o projeto para aprovação do Congresso até agosto. 

Os governadores dos estados nordestinos e de Minas Gerais, que também participaram da reunião, além do governador do Espírito Santo, ausente nesta sexta, reivindicam a definição concreta de como esse plano será financiado. Eles querem que ao menos 30% do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste sejam destinados a isso. 

Após o encontro, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, anunciou um acréscimo para o fundo, de cerca de R$ 4 bilhões, mas ainda não bateu o martelo sobre como será a ajuda para o plano. 

Na abertura da reunião Bolsonaro fez um "apelo" aos governadores pela Previdência.

"Nós temos um desafio pela frente, e não é meu, é também dos senhores, governadores e prefeitos, independente da questão partidária, é a reforma da Previdência, sem a qual não podemos sonhar em botar em prática parte do que nós estamos acertando aqui nesse momento", disse.

De acordo com a agenda, o presidente levou 15 acompanhantes em sua comitiva, entre ministros, parlamentares e outros representantes do governo.

Na chegada ao Nordeste, Bolsonaro usou helicópteros para se deslocar em Recife (PE), evitando protestos e contato com a população local.

O presidente e sua comitiva chegaram à capital pernambucana por volta de 9h da manhã e pousaram em uma base aérea, próxima ao aeroporto internacional da cidade. 

Bolsonaro durante visita ao Castelo São João, em Recife, onde está localizada a coleção de Armas Brancas do Instituto Ricardo Brennand. - Marcos Corrêa/PR

Em seguida, pegaram dois helicópteros para um deslocamento de cerca de 15 km, até o Instituto Ricardo Brennand, complexo cultural da cidade, onde ocorreu a reunião do conselho deliberativo da Sudene.

O instituto fica no bairro da Várzea, zona norte de Recife, em uma área afastada. Logo na entrada há um portão de ferro, que fica aberto em dias comuns. Uma estrada de cerca de 2 km leva os visitantes ao museu, principal atração do local. 

O prédio foi escolhido como sede do encontro porque o edifício original da Sudene atualmente está abandonado e um novo, construído recentemente, não tem auditório para eventos desse porte. 

Enquanto o presidente chegava de helicóptero, manifestantes se concentravam na frente do complexo, com carro de som. 

Após o compromisso no Recife, o presidente seguiu viagem para Petrolina (PE), de avião. Ele voltou para a base aérea em Recife de helicóptero e no interior vai pousar no aeroporto Senador Nilo Coelho. 

Lá, Bolsonaro vai entregar imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida e assinar ordem de serviços para construção de duplicação da BR-428.

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