EUA assinam memorando para estimular projetos de infraestrutura no Brasil

Secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, destacou que potencial brasileiro é alto na área

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Brasília

Brasil e Estados Unidos assinaram nesta quinta-feira (1) um memorando de entendimento para estimular o financiamento de projetos de infraestrutura no Brasil.

"Este memorando significa que as duas partes estão trabalhando juntas para financiar os projetos prioritários de infraestrutura do Brasil", disse o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross.

O acordo foi formalizado após Ross se reunir com o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas. Ross também declarou que ficou "impressionado" com o planejamento da pasta e com as concorrências públicas que estão previstas. 

Ross participou, em Brasília, na manhã de quinta, do Latin American Leadership Forum, evento sobre projetos de infraestrutura e dedicou sua fala ao potencial de expansão que o setor tem não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.

Em sua fala, Ross destacou o grande interesse dos Estados Unidos em ampliar a posições nessa área. 

"Nossas empresas oferecem a experiência, inovação, integridade e valores demandados pelos [projetos de] infraestrutura cruciais e oportunidades que existem aqui. Temos a oportunidade coletiva de promover um comércio aberto e justo, além de investimentos, para que nos tornemos a região do mundo de mais progresso e orientada ao crescimento", disse Ross, que realiza uma visita oficial ao Brasil. 

 

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, durante fórum em Brasília - Adriano Machado/Reuters

Dirigindo-se a investidores que, segundo ele, podem estar "um pouco receosos em participar de concorrências públicas" no Brasil, Ross disse: "Eu estaria menos nervoso aqui do que em outros lugares".
Em seu discurso, o secretário do governo Donald Trump ressaltou ainda oportunidades de investimentos na América Latina, principalmente na área de infraestrutura. 

"A América Latina destina um porcentual do seu PIB (Produto Interno Bruto) em infraestrutura que só é menor do que a que existe na África Subsaariana", afirmou Ross.  

"Historicamente a maior parte da infraestrutura [na América Latina] tem sido administrada pelos governos. Mas hoje em dia os governos da região buscam cada vez mais o setor privado para preencher essa deficiência. Eu acho que essa é uma mudança muito boa", acrescentou. 

Em seu pronunciamento, Ross não citou em nenhum momento negociações sobre um acordo de livre comércio com o Brasil —nesta quarta-feira (31) o ministro Paulo Guedes (Economia) disse que a visita do auxiliar de Trump ao Brasil significa que as conversas sobre um tratado desse tipo começaram oficialmente. 

Sobre acordos comerciais, Ross alegou que os tratados desse tipo que os Estados Unidos assinam possuem "altos padrões". "Particularmente o novo USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá), que contém os mais altos padrões nessas disciplinas e em outros setores". 

Apesar das oportunidades listadas pelo secretário de Comércio dos EUA, Ross destacou que a participação de empresas do seu país no financiamento de infraestrutura na América Latina tem sido limitada. 

Ele citou procedimentos de licenciamento "longos e onerosos", problemas em aduanas e outras questões burocráticas como limitadores dessa presença norte-americana, pontos que segundo o secretário precisam ser enfrentados.

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