Oposição argentina reage bem à proposta do governo de declarar moratória

País quer renegociar parte da dívida

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Buenos Aires

A oposição argentina recebeu bem o pacote de medidas anunciadas pelo ministro da Economia do país, Hernan Lacunza, na noite de quarta-feira (28).

A Argentina decidiu declarar moratória (adiar o prazo de pagamento) de parte de sua dívida de curto prazo. O país vai ainda renegociar as de médio e longo prazos, inclusive a parcela referente a empréstimos com o FMI (Fundo Monetário Internacional). O governo do presidente Maurício Macri adquiriu uma linha de crédito com o fundo em junho de 2018 no valor de US$ 57 bilhões.

O favorito para as eleições de 27 de outubro, o kirchnerista Alberto Fernandez, disse que "é bom que tenham feito isso, pois fixa um horizonte mais certo. Até agora tínhamos um governo grogue que só sabia reagir vendendo dólares e subindo as taxas de juros para conter a crise. É só o que sabiam fazer."

Alberto Fernandez - Agustin Marcarian - 18.ago.2019/Reuters

Já o comando de campanha do economista Roberto Lavagna, terceiro colocado nas pesquisas, lançou comunicado dizendo que "a ampliação dos prazos com o FMI era uma proposta que Lavagna havia enviado por escrito a Macri no começo do ano."

A disparada do dólar e do risco país nos últimos três dias teve como detonador uma troca de farpas entre Mauricio Macri e Alberto Fernandez. Logo depois das primárias, em que Fernández saiu vitorioso por 15 pontos percentuais, ambos conversaram e isso havia, aparentemente, acalmado o mercado.

Fernández, porém, começou a subir o tom das críticas a Macri quando este passou a dizer com mais ênfase que a crise atual se devia à perspectiva da volta do kirchnerismo ao poder. Fernández se descolou da responsabilidade dizendo que não é o presidente eleito —"sou apenas um candidato. Macri precisa se concentrar em governar".

O kirchnerista, porém, apesar de dar o ok para as medidas anunciadas por Lacunza, não participará da discussão dos próximos dias, quando as propostas serão levadas ao Congresso e se avaliará a reação dos mercados.

Ele tinha compromissos pré-agendados em um curso na Espanha e logo irá ao México, onde visitará o presidente Andrés Manuel López Obrador, com quem compartilha algumas opiniões, como a relacionada com a Venezuela.

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