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Goldman Sachs negocia com Amazon para oferecer empréstimos a pequenas empresas

Grupo já oferece empréstimos ao consumidor nos EUA por meio de sua subsidiária Marcus

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Laura Noonan
Nova York | Financial Times

O Goldman Sachs está em estágio avançado de negociações com a Amazon para oferecer empréstimos a pequenas empresas nos Estados Unidos, agora que o banco de Wall Street decidiu recorrer às grandes empresas de tecnologia para entrar nas áreas mais convencionais de serviços financeiros.

O Goldman Sachs começou a desenvolver tecnologia que permitiria que ofereça empréstimos a empresas de pequeno e médio porte por meio da plataforma de empréstimos da Amazon, de acordo com duas pessoas informadas sobre a situação. O projeto, que provavelmente envolveria adicionar a marca do banco ao produto da Amazon, de alguma forma, pode entrar em operação já em março, disse uma das fontes.

Na semana passada, David Solomon, presidente-executivo do Goldman Sachs, prometeu aos acionistas que o banco elevaria seus retornos ao obter receitas de novas fontes, como operações de varejo bancário e gestão de patrimônio.

Um acordo com a Amazon se seguiria ao anúncio pelo banco, em março, de uma parceria nos cartões de crédito com a Apple, que coloca a marca do banco no cartão de crédito físico e a inclui em parte do marketing do produto, e oferece ao Goldman Sachs um canal direto para os mais de 100 milhões de assinantes da Apple nos Estados Unidos.

Logo da Goldman Sachs - Lucas Jackson/Reuters

Executivos do Goldman Sachs, ao qual falta a rede de agências físicas que a maioria dos bancos utiliza para atrair pequenas e médias empresas como clientes, descreveram o Apple Card como “o lançamento de cartão mais bem sucedido de todos os tempos”. Crédito via cartão parece responder por uma porção significativa dos US$ 7 bilhões (R$ 29,7 bilhões) em empréstimos a consumidores e saldo devedor em cartões que o banco registrava no final do ano passado. O Goldman Sachs também oferece empréstimos ao consumidor nos Estados Unidos por meio de sua subsidiária Marcus, que opera como banco de varejo.

A Amazon tinha mais de US$ 863 milhões (R$ 3,6 bilhões) em empréstimos a pequenas empresas no seu balanço, no final de 2019. Nos últimos oito anos, a companhia vem realizando empréstimos a pequenas companhias que vendem em seu site, usando os dados que detém sobre suas posições de caixa para oferecer decisões rápidas sobre empréstimos em alguns países.

Mas o crescimento da Amazon Lending vem sendo intermitente nos últimos anos, e a empresa agora recorre a parcerias com bancos em alguns mercados fora dos Estados Unidos.

John Cronin, analista na corretora Goodbody, disse que parcerias bancárias permitiriam que a Amazon “estendesse significativamente” sua plataforma de empréstimos a pequenas e médias empresas, “sem o risco de crédito associado a obrigações regulatórias (no contexto de capital, liquidez e assim por diante)”.

A Amazon se recusa a comentar sobre o acordo com o Goldman Sachs e disse que os empréstimos são “parte dos serviços, recursos, programas e infraestrutura que oferecemos aos nossos parceiros vendedores, em sua maioria pequenas e médias empresas, que respondem por mais de metade daquilo que é vendido nas lojas da Amazon”.

O Goldman Sachs também se recusou a comentar.

O banco está em meio a uma transformação dramática, de uma potência na área de trading e banco de investimentos para um grupo de serviços financeiros mais amplo, e mais parecido com os rivais JPMorgan Chase e Citigroup.

As novas operações ao consumidor responderam por menos de 3% de sua receita no ano passado, e seus empréstimos e saldos de cartão em aberto no final de 2019 representavam menos de 1% dos US$ 993 bilhões (R$ 4,2 trilhões) em ativos totais do banco.

O Goldman Sachs afirmou que, embora pretenda operar em segmentos como o varejo bancário e gestão de patrimônio, o fará de maneira mais eficiente ao usar novas tecnologias e evitar alguns dos custos históricos que detiveram outros bancos.

Em apresentação recente a investidores, o banco anunciou que buscaria ampliar suas atividades de “serviços bancários” este ano, um aspecto das quais envolve permitir que terceiros aponham as marcas deles aos seus produtos.

Tradução de Paulo Migliacci

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