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Empresários sugerem que Guedes use bancos públicos para destravar crédito a empresas

Ministro teve reunião com grupo chamado Coalizão da Indústria

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São Paulo

O grupo chamado Coalizão da Indústria, formado por presidentes de 14 entidades do setor industrial, sugeriu nesta quinta-feira (23) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, utilize os bancos públicos para ajudar a liberar o dinheiro emergencial para pequenas e médias empresas que estão passando por dificuldades por conta da quarentena imposta contra o novo coronavírus.

A dificuldade de liberação de crédito e as altas taxas cobradas pelos bancos privados têm sido motivo de reclamações constantes tanto das pequenas e médias empresas, como do governo federal.

No final de março, Guedes chegou a afirmar que boa parte do dinheiro liberado pelo governo para ajudar as empresas estava “empoçada” nos bancos.

Eles estariam com medo de fazer empréstimos a empresas que estão com problema de fluxo de caixa por conta das paralisações, segundo o ministro.

Segundo relatos de participantes da reunião, essa dificuldade de fazer o dinheiro chegar na ponta tem sido motivo de preocupação para o governo.

Uma das saídas sugeridas pelos industriais foi usar os bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, para liberar esse financiamento a juros de até um dígito por ano.

O FGI (Fundo Garantidor de Investimento), do BNDES, também foi uma possível saída encontrada pelo governo para escoar os recursos, segundo os presentes.

Fontes ouvidas pela reportagem disseram que Guedes pretende oferecer outras linhas com de empréstimo com 85% garantido pelo FGI, além do financiamento da folha de pagamento, que já está sendo oferecido.

Guedes ouviu algumas demandas pedidas pelos industriais, como a possibilidade de empresas sem CND (Certidão Negativa de Débitos da Receita Federal) conseguirem acesso aos recursos oferecidos pelo governo, projeto que consta da PEC do Orçamento de Guerra, em análise pelo Congresso.

O grupo se comprometeu a pressionar os deputados federais para que a PEC seja aprovada logo. A proposta já havia sido aprovada na Câmara, mas como o Senado fez alterações, retornou para a análise final dos deputados.

A avaliação da reunião foi positiva, já que, disseram os empresários ouvidos pela reportagem, houve por parte do governo um reconhecimento na dificuldade da tomada de crédito. Segundo relatos, o ministro chegou a dizer que colocou um caminhão de dinheiro que não está chegando na outra ponta.

Guedes também teve que se ausentar do encontro, que foi realizado virtualmente, para atender a telefonemas do presidente Jair Bolsonaro.

Além de Guedes, participaram da reunião o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre Da Costa, e o secretário do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, Caio Megale.

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