Restaurantes esperam reduzir prejuízo com delivery, drive-thru e até almoço virtual no Dia das Mães

Longas filas nas calçadas à espera de uma mesa dão lugar às entregas

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São Paulo

O setor de restaurantes vem sendo duramente afetado pela expansão da pandemia do coronavírus e não será diferente no Dia das Mães.

A política de distanciamento adotada para conter a disseminação vai substituir as longas filas nas calçadas à espera de uma mesa por portas fechadas.

O setor investe nas entregas para reduzir as perdas e projeta que pode obter um aumento de até 50% no faturamento com o delivery durante a pandemia.

Quando estão com portas abertas, os restaurantes tiram no máximo 30% do faturamento das refeições entregues em casa. A maioria diz que o custo das entregas praticamente inviabiliza a adoção do modelo em tempos normais.

Sem poder receber os clientes, a maioria dos estabelecimentos já registra 70% de queda no faturamento. O delivery acaba sendo a única saída para manter a operação, ainda que parcialmente.

No Dia das Mães do ano passado, os restaurantes paulistas faturaram, em média, 50% mais do que em outros fins de semana. Tradicionalmente, o segundo domingo de maio marca a saída do sufoco após o período entre festas de fim de ano, férias escolares e Carnaval.

Alguns estabelecimentos tentam também utilizar plataformas digitais na data, simulando virtualmente o que seria o tradicional almoço que reúne a família no Dia das Mães.

Essa é, por exemplo, a alternativa imaginada pelos donos do restaurante Santa Jabuticaba. As 17 famílias que encomendaram almoço neste domingo (9) receberão o mesmo prato, em vários endereços na capital e em municípios vizinhos. As entregas serão feitas dentro de um intervalo de um hora e meia.

Junto da refeição, serão entregues instruções para o uso de um site por meio do qual a família almoçará junto, mas à distância.

Sergio Belarmino, sócio do projeto, conta que a ideia parte do desejo de presentear as mães com um almoço. Inicialmente, ele e os sócios levaram a ideia a amigos e conhecidos. Das 50 refeições programadas inicialmente, o restaurante vendeu 72.

“Pensamos em reproduzir essa experiência de ir todo mundo junto ao restaurante, dividir a mesma comida, mas com o auxílio da tecnologia”, diz. As rotas já estão montadas e todas as entregas deverão ser feitas no intervalo de uma hora e meia.

​Com o confinamento das famílias, a AbraselSP (Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo) acredita que haja potencial para aliviar o prejuízo com todas as alternativas de entregas.

“Continua sendo uma data festiva, apesar do momento triste que estamos vivendo”, diz o presidente da associação, Percival Maricato.

A AbraselSP recomendou aos restaurantes um reforço na estratégia para as entregas, de modo a evitar que os consumidores enfrentem esperas muito longas.

Maricato diz que a associação está sugerindo o estímulo ao take out, termo em inglês equivalente ao conhecido no Brasil como levar para viagem -o cliente faz a encomenda e passa para buscar, num sistema similar ao drive-thru.

“É importante estimular esse modelo, porque reduz o número de pessoas que entram em contato com o produto e reduz a despesa do restaurante no envio”, diz Maricato.

Os restaurantes também deverão adotar fazer as próprias entregas no entorno. “Por que não usar um funcionário que está correndo o risco de ser demitido para fazer entregas na região do restaurante?”

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