Detalhes sobre socorro ao setor elétrico serão anunciados até quarta, diz BNDES

Segundo banco, apetite de investidores é grande e recursos serão desembolsados em julho

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Rio de Janeiro

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, disse que as condições do empréstimo ao setor elétrico devem ser conhecidas na próxima quarta (1º). Segundo ele, a demanda dos bancos pelo financiamento foi superior ao valor projetado, de R$ 16,1 bilhão, o que pode melhorar o custo do crédito.

"Estamos otimistas porque até agora a demanda e o apetite dos bancos é bastante satisfatória", afirmou, em evento virtual promovido pela XP Investimentos. O BNDES atua como coordenador da operação e nesta quinta (25) enviou aos bancos interessados aviso para a abertura das ofertas finais.

O valor do empréstimo foi aprovado esta semana pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Os recursos serão entregues às distribuidoras de energia para garantir liquidez ao setor, que sofre com queda nas vendas e aumento da inadimplência após o início da pandemia.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, durante anúncio de medidas econômicas para tentar conter a crise do Coronavírus, no Palácio do Planalto. - Pedro Ladeira/Folhapress

O financiamento reduz a necessidade de reajustes tarifários em 2020, diluindo os custos extras em um período de cinco anos. O modelo, chamado de Conta-Covid, repete solução adotada pelo governo em 2014, quando a necessidade de comprar energia cara para atender o mercado gerou desequilíbrios nas finanças das distribuidoras de energia.

Montezano afirmou nesta quinta, porém, que as condições do financiamento atual serão melhores do que as daquele período, quando a taxa de juros estava em patamares bem mais altos. "Com a queda de juros, essa operação vai sair com um custo bem mais barato para o consumidor", comentou, sem detalhar valores.

O presidente do BNDES disse esperar que os recursos sejam desembolsados durante o mês de julho. Como em 2014, o financiamento será tomado pela CCEE (Câmara Comercializadora de Energia Elétrica), para evitar impactos na dívida das empresas.

De acordo com projeções do MME (Ministério de Minas e Energia), o impacto da pandemia no setor elétrico já chega a R$ 8,6 bilhões, sendo que R$ 3,4 bilhões referem-se ao aumento da inadimplência no pagamento das contas de luz. Desde 18 de março, a inadimplência acumulada é de 8,12%, contra uma média de 2,4% no primeiro semestre de 2019.

No evento desta quinta, Montezano repetiu que o BNDES tem dinheiro disponível para investir em projetos de saneamento, setor que precisará de R$ 600 bilhões a R$ 700 bilhões para cumprir metas de universalização previstas no marco regulatório aprovado pelo Senado nesta quarta (24).

"A gente reconhece que são volumes expressivos", afirmou. "Mas é um processo de amadurecimento, esse recurso não é desembolsado todo de uma vez." Ele acrescentou que vê grande interesse de financiadores privados, como fundos de pensão ou mesmo bancos, em colocar recursos nesse setor.

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