Aurora concorda em testar 11 mil trabalhadores para coronavírus, diz MPT

Asas de frango da companhia teriam chegado à China contaminadas pelo novo coronavírus, segundo governo de Shenzhen

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São Paulo | Reuters

A Aurora Alimentos, terceira maior processadora de carne suína e de frango do Brasil, concordou em testar 11 mil trabalhadores para o novo coronavírus, disse nesta segunda-feira (17) o Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC), citando um acordo que firmou com a empresa.

A companhia concordou em realizar os testes pelo método RT-PCR (reação em cadeia de polimerase em temp real) nos funcionários das unidades de Guatambu, Xaxim e de duas fábricas em Chapecó, disse o MPT-SC.

Na semana passada, o governo da cidade chinesa de Shenzhen identificou uma fábrica da Aurora como origem de asas de frango que testaram positivo para o novo coronavírus.

O governo de Shenzhen identificou a unidade por seu número de registro em uma publicação em seu site oficial, que ao ser checada com registros brasileiros aponta para uma planta da Aurora em Santa Catarina.

Funcionários do frigorífico Aurora, em Chapecó (RS)
Trabalhadores da indústria de carne e derivados estão entre as categorias incluídas na portaria que regulamenta trabalho aos domingos e feriados - Marlene Bergamo/Folhapress

A Aurora disse, em nota à imprensa, que a informação surgiu por meio de notícia veiculada pela imprensa local do país asiático, e ainda sem confirmação oficial por alguma autoridade pública chinesa.

"Diante de tal insubsistência quanto ao ocorrido, a cooperativa signatária aguardará a devida manifestação por parte da autoridade pública competente, junto a qual esclarecerá os fatos e prestará as devidas informações a quem de direito", diz.

Ainda de acordo com a mensagen, a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) diz não haver evidências e nem comprovação científica de que ocorra contaminação a partir de alimentos ou embalagens de alimentos.

Em meados de julho, a China bloqueou importações de seis frigoríficos brasileiros por preocupações sobre o coronavírus em meio a notícias de milhares de casos da doença entre trabalhadores da indústria.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que "ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação".

"A ABPA reitera que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus", acrescentou a associação, que citou organismos internacionais como a OMS, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O alerta do governo de Shenzhen, no sul da China, gera temores no país oriental de que embarques de alimentos contaminados possam causar novos surtos locais da doença.

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