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5g internet

Construir um futuro seguro para o Brasil começa por redes 5G confiáveis

Decisão de aderir à Rede Limpa envia sinal de que o país é um excelente lugar onde investir

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Keith Krach

Subsecretário de Estado dos EUA do governo Donald Trump

Em minha recente visita ao Brasil, discuti a tecnologia sem fio de quinta geração, o 5G —tanto suas promessas quanto seus riscos— com líderes do governo brasileiro, importantes empreendedores de tecnologia e executivos de companhias do ranking Fortune 500.

Também tive a oportunidade de rever bons amigos, que fiz nos anos em que atuei como vice-presidente da GM e presidente-executivo de Ariba e DocuSign.

Isso me fez pensar nas razões que levam o Brasil e os Estados Unidos a terem uma amizade tão forte há 200 anos. Compartilhamos dos mesmos valores. Somos firmes, honestos, trabalhadores, criativos e independentes. Somos apaixonados por aquilo em que acreditamos, e cultivamos sentimentos positivos uns sobre os outros. Em meu período no comando da diplomacia econômica dos Estados Unidos, aprendi que essa qualidade é única e não deve ser subestimada.

Tudo que existe de comum entre nós —valores, segurança, sociedade livre— influencia a questão do futuro do 5G no Brasil. Garantir redes 5G seguras é crucial, pois quem controla os dados sobre alguém controla a sua vida, e os provedores de tecnologia detêm as chaves de acesso às informações pessoais, comerciais e governamentais mais sensíveis.

Tudo se resume a uma questão: em quem confiar?

As escolhas são, de um lado, três companhias de classe mundial que respeitam a lei: Ericsson, Nokia e Samsung. Do outro, a escolha é a Huawei, que serve à vigilância do Partido Comunista chinês. A mesma questão ecoa em todo o mundo.

Este ano não deixa dúvidas sobre a resposta.

A China ocultou um surto que se tornou uma pandemia, eviscerou as liberdades de Hong Kong e perpetrou abusos épicos contra os direitos humanos em Xinjiang. Esses abusos são tornados possíveis pela Huawei, que facilita o funcionamento do Estado de vigilância orwelliano do governo chinês.

É por isso que 50 países que compartilham das mesmas ideias e respondem por dois terços do PIB do planeta; 180 empresas de telecomunicações; e muitos líderes setoriais, como Oracle, Fujitsu, HPO, Siemens, Cisco, NEC e outros, aderiram à crescente coalizão Rede Limpa, que só aceita fornecedores confiáveis para redes 5G.

Os membros incluem Japão, Índia, Austrália, Canadá, Taiwan, Vietnã, Estados Unidos, Reino Unido e 26 dos
27 países-membros da União Europeia, 27 dos 30 países-membros da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) e —talvez estrategicamente mais importante para o Brasil— 31 dos 37 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

É também por isso que o presidente-executivo da Siemens declarou que “a Rede Limpa não trata apenas de celulares, mas de processos de produção, plataformas de petróleo e gás natural, redes de energia, sistemas de saneamento e da internet das coisas. A Rede Limpa ajudará a garantir que a infraestrutura do Brasil seja segura e confiável”.

Augusto Lins, um dos maiores empreendedores brasileiros, presidente-executivo da Stone Pagamentos, disse que “ter uma rede 5G limpa é especialmente importante para combater o crime cibernético, violações de dados e lavagem de dinheiro e atrair investimento em novos produtos”.

A Rede Limpa também é crucial para agricultura. Climaco Feitosa, da iLand, disse que, “em parceria com o governo de Pernambuco, forneceremos soluções limpas para revolucionar o setor de agribusiness, respeitando os objetivos da Rede Limpa”.

Companhias de telecomunicações de todo o mundo também compreendem que há muito em jogo nas redes 5G, como exemplifica José María López, presidente-executivo da Telefónica, que declarou que “a segurança é primordial e a Telefónica se orgulha de ser uma companhia Rede Limpa 5G. A Telefónica da Espanha e a do Reino Unido já têm redes 100% limpas, e a da Alemanha e a Vivo (Brasil) em breve estarão na mesma posição”.

Quando a Itália aprovou leis que dão ao governo o poder de vetar fornecedores de tecnologia 5G e a TIM (Telecom Italia) deixou a Huawei de fora da concorrência por equipamento 5G, seu presidente-executivo, Luigi Guibitosi, declarou que “a TIM não teria problemas para desenvolver infraestrutura 5G sem a Huawei”.

Minhas viagens diplomáticas nos últimos meses me levaram a 25 países. Vi os cidadãos do planeta despertarem para a importância de redes 5G confiáveis, e o Brasil não foi exceção. Tenho apreço especial pelo Brasil e fiquei muito feliz em ouvir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o subsecretário Pedro Miguel Costa e Silva anunciarem em Brasília que o Brasil seria o 50º país a aderir aos princípios Rede Limpa.

A decisão de aderir à Rede Limpa envia um poderoso sinal a países e companhias de que o Brasil é um parceiro confiável e um excelente lugar onde investir.

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