O Grupo Soma, dono de marcas como Farm e Animale, anunciou nesta sexta-feira que Rachel Maia vai preencher uma vaga de conselho de administração.
A executiva possui mais de 28 anos atuando no mercado de multinacionais e foi a primeira mulher negra a ser presidente-executiva de empresas —ela comandou a Lacoste, a Pandora e a Tiffany.
Rachel afirmou estar realizada com a oportunidade e que a diversidade nos conselhos administrativos se faz necessária, tanto na participação de mulheres quanto de negros.
Atualmente, o Grupo Soma é composto por 76% de mulheres, sendo que 3 em cada 4 delas estão em cargos de liderança. Com a chegada da nova executiva, a empresa quer expandir os índices em diversidade, segundo o presidente-executivo Roberto Jatahy.
"A chegada de Rachel é mais um passo na nossa valorização da equidade de gênero, mas vai muito além, reforça o nosso compromisso com a promoção da equidade racial”, afirmou.
Kátia Barros, sócia-fundadora da Farm e do Grupo Soma, afirmou que a empresa precisava ceder essa cadeira a uma mulher por ser uma companhia majoritariamente feminina.
"Além de bons resultados, Rachel compartilha valores importantes com a gente, como o cuidado com as pessoas, a importância da diversidade e da inclusão e o respeito ao meio ambiente”, afirmou Barros.
Em comunicado, o Grupo Soma apontou que Rachel é especialista onde a empresa possui seus principais objetivos de desenvolvimento sustentável, na frente social Trabalho Digno e Crescimento Econômico, Igualdade de Gênero e Redução de Desigualdades.
A executiva é fundadora do projeto social Capacita-me, com o viés na educação e empregabilidade de pessoas em situação de vulnerabilidade, é presidente do Conselho Consultivo do Unicef Brasil, na qual atua desde outubro de 2019, e apoia a coalizão para 1 milhão de oportunidades para jovens brasileiros.
Rachel complementou dizendo que, com seus 28 anos de carreira, espera contribuir com liderança, expansão digital e gestão. "E, principalmente, com a diversidade que se faz tão necessária nos cargos C-level do país", disse.
Em nota, o Grupo Soma havia citado um estudo do Instituto Ethos, que apontou que apenas 8,6% das cadeiras em conselhos no Brasil são preenchidas por mulheres, sendo que nenhuma é negra, o que faria de Rachel a primeira mulher com esse perfil a ocupar um cargo do tipo no Brasil. O levantamento, porém, era de 2016 e estava desatualizado.
A Ocyan, por exemplo, empresa do setor de óleo e gás, nomeou em setembro de 2020 a engenheira negra Cristina Pinho para seu conselho de administração —antes, portanto, de Rachel.
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