O anúncio de que a Ford irá fechar todas as suas fábricas no Brasil levou a mais uma disputa por culpados nas redes sociais. A empresa anunciou que serão demitidos 5.000 trabalhadores no Brasil e na Argentina, sem dar detalhes.
Empresários e políticos citaram o excesso de subsídios e a disputa entre esferas de governo como razões para a saída da empresa.
"Isso é resultado do péssimo ambiente de negócios no Brasil", disse o empresário Salim Mattar, que foi secretário de Desestatização do governo até agosto do ano passado. Ele ainda criticou as disputas entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Com a saída de mais uma montadora, nosso país segue afundando no processo de desindustrialização. Bolsonaro vai liquidar nossa Nação!", escreveu Ciro Gomes (PDT).
Outro adversário do presidente nas eleições de 2018, João Amoêdo (Novo) criticou os subsídios dados a montadoras.
"Apesar desta 'ajuda', as montadoras não são competitivas. Subsídios não funcionam. Precisamos de reformas estruturais para reduzir o 'custo Brasil'".
Já bolsonaristas saíram em defesa do governo. O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub usou uma reportagem de 2018 para afirmar que a Ford decidiu parar de produzir carros de passageiro em todo o mundo. "Não é no Brasil!", escreveu. O texto, publicado pelo veículo norte-americano NBC, fala sobre planos da empresa de focar na produção de veículos utilitários nos Estados Unidos.
A Ford disse que irá manter algumas operações locais. A sede da montadora na América do Sul continuará sendo no Brasil, e o campo de provas de Tatuí, bem como o centro de desenvolvimento da Bahia, continuam operando.
João Doria, governados de São Paulo
Salim Mattar, empresário e ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro
Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro
Marcelo Freixo (PSOL), deputado federal
Ciro Gomes (PDT), político
Guilherme Boulos (PSOL), político
João Amôedo (Novo), político
Luciano Huck, apresentador de TV
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.