Descrição de chapéu Financial Times

Wall Street se prepara para aumentos de impostos com novo plano de estímulo de Biden

Proposta poderá cortar 9% dos ganhos por ação em empresas do S&P 500 no próximo ano, diz Goldman

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Aziza Kasumov
Financial Times

Assim que o pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden foi aprovado, a atenção se voltou para seu próximo projeto de lei de gastos em infraestrutura —e os aumentos de impostos que provavelmente pagarão por ele.

Para os mercados de valores, os aumentos de impostos propostos pelos democratas para financiar o pacote de US$ 2 trilhões poderão ficar muito caros rapidamente, segundo projeções de analistas. O Goldman Sachs calculou que o plano fiscal de Biden cortará 9% dos ganhos por ação das companhias no S&P 500 no próximo ano.

Placa de Wall Street na Bolsa de Valores de Nova York - Angela Weiss - 1º.abr.2021/AFP

Pelos planos de Biden, divulgados na semana passada, a taxa de imposto corporativo nos EUA aumentará de 21% para 28%, uma inversão aguda dos cortes aplicados durante a presidência de Donald Trump. A proposta também acrescentaria um imposto mínimo global de 21% para ganhos em paraísos fiscais, determinado conforme o país.

Os serviços de comunicações e tecnologia da informação provavelmente serão os maiores perdedores com o pacote fiscal, dada a exposição dos setores a impostos mais altos sobre negócios no exterior. O Goldman prevê que ambos sofrerão um golpe aproximado de 10% nos ganhos no próximo ano, somente devido ao salto em impostos corporativos e globais. As estimativas do banco se basearam em um plano apresentado durante a campanha presidencial, que incluía aumentos de impostos semelhantes.

Para os grupos tecnológicos em particular, maiores impostos são mais um golpe para um setor que, até recentemente, sustentou uma alta sem precedentes em Wall Street. Savita Subramanian, chefe de estratégias de ações e quantitativas no Bank of America, disse que as ações tecnológicas sofreram pressão neste ano com o aumento dos custos de empréstimos, que reduzem o valor de futuros fluxos de caixa que são fortemente embutidos nas avaliações dos ambiciosos do setor.

"Isso me sugere que essas áreas dos mercados estão mais em risco do que estiveram por algum tempo", comentou Subramanian.

Até agora, entretanto, os mercados não parecem ter anotado os aumentos de impostos, disse Mike Mullaney, diretor de pesquisa de mercados globais na Boston Partners.

"Os impostos vão aumentar", disse ele. "Só não sabemos ainda a extensão do que eles serão."

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