Bolsa sobe com otimismo por vacinas contra Covid e alta do minério

Aprovação da Pfizer nos EUA e preço de commodies na China beneficiam mercado

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão desta terça-feira (24) com alta de 2,33%, alcançando a marca de 120.210 pontos.

O mercado brasileiro foi beneficiado pelo otimismo global gerado pela aprovação total da vacina contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech nos Estados Unidos, e o avanço desta terça interrompeu a tendência de queda gerada pela aversão a riscos por parte dos investidores.

Com a alta desta terça, a Bolsa volta a operar no azul em 2021 e passa a acumular ganho de 1% no ano.

Esse mesmo movimento também é um dos responsáveis pela queda de 2,23% do dólar, que fechou cotado a R$ 5,2610.

Público aguarda para receber dose da vacina contra a covid-19 no bairro do Brooklyn, em Nova York; o imunizante da Pfizer-BioNTech recebeu a aprovação definitiva da autoridade sanitária dos Estados Unidos
Público aguarda para receber dose da vacina contra a covid-19 no bairro do Brooklyn, em Nova York; o imunizante da Pfizer-BioNTech recebeu a aprovação definitiva da autoridade sanitária dos Estados Unidos - Michael Nagle/Xinhua

“A aprovação final da Pfizer pode aumentar a aceitação da vacina nos Estados Unidos e em outros países”, diz Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest. “Isso pode significar menor propagação do vírus e é positivo para a economia global”, avalia.

Além da redução do temor quanto à evolução da pandemia, a retração do dólar e a alta da Bolsa estão relacionados a uma combinação de alívio no cenário doméstico quanto ao risco fiscal com a valorização de commodities no mercado internacional.

“Contratos futuros de minério de ferro tiveram recuperação na China e isso impulsionou ações da Vale, da Siderúrgica Nacional, da Usiminas, assim como as ações da Gerdau”, diz Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos.

Internamente, o mercado reagiu de forma positiva às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afastando a possibilidade de descumprimento do teto de gastos, seja para o pagamento de precatórios ou para a implementação do Auxílio Brasil.

“Na prática, nas votações, o Congresso não deu sequer uma vírgula de possibilidade que desse a entender que iríamos romper o teto de gastos”, disse Lira, durante evento promovido pela XP Investimentos nesta terça-feira (24).

De acordo com o gestor da Galápagos Capital Ubirajara Silva, o mercado tem sofrido com o conflito entre os Poderes e a preocupação com a situação fiscal, e a fala de Lira reafirmando o compromisso com o teto de gastos foi muito bem recebida. "Isso fez com que o mercado se animasse", avaliou.

Entre os destaques positivos, a Vale subiu 3,65%, apoiada na recuperação dos preços do minério de ferro. A Petrobras fechou com elevação de 2,07%, ampliando os ganhos da véspera, em outro dia de alta dos preços do petróleo no mercado, com o Brent subindo 3,35%, ante perspectivas mais positivas para a demanda da commodity.

A Cyrela disparou 12,33%, em meio ao alívio nos juros futuros, tendo de pano de fundo ainda relatório do Bradesco BBI assumindo a cobertura da empresa com recomendação “outperform” para as ações.

As ações da Gol saltaram 10,97%, em sessão positiva para ações do setor de viagens, mais um reflexo da aprovação da vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos. Azul (7,3%), CVC Brasil (6,38%) e Embraer (8,13%) acompanharam esse movimento.

A Lojas Americanas avançou 11,81%, com o clima mais comprador apoiando alguma recuperação, embora ainda acumule perda de cerca de 17% em agosto, na esteira de ajustes relacionados à fusão de determinados ativos da companhia com a antiga B2W, agora chamada Americanas.

Com Reuters

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