O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) alertou para o risco crescente de uma bolha de preços nos ativos voltada à economia verde, que seguem a agenda ambiental.
A urgência em limitar os fatores que levam ao aquecimento global e também em abordar outras questões, como a desigualdade racial e social, elevou a popularidade e o volume de recursos canalizados para iniciativas que promovem a governança ambiental, social e corporativa (definido pela sigla em inglês ESG).
Algumas estimativas indicam que os ativos focados em ESG dispararam para um valor de US$ 35 trilhões (R$ 185,8 trilhões) e agora respondem por mais de um terço de todos os ativos gerenciados profissionalmente por bancos e fundos de investimento.
Uma definição mais restrita, incluindo apenas fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) e fundos mútuos com ESG ou investimento socialmente responsável, aponta crescimento ainda mais rápido, dez vezes maior, para aproximadamente US$ 2 trilhões (R$ 10,6 trilhões). Isso é evidenciado por ativos como ações de energia limpa e carros elétricos e títulos "verdes", que dispararam nos últimos anos.
"Há sinais de que os valores dos ativos ESG podem estar alongados", disse o BIS, que realiza reuniões regulares para os bancos centrais do mundo, como parte de seu último relatório trimestral.
Claudio Borio, chefe do departamento monetário e econômico do BIS, citou o risco de uma "bolha verde", destacando como o salto dos ETFs e fundos mútuos era comparável a partes do mercado de títulos lastreados em hipotecas no período que antecedeu a crise financeira global.
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