Ninguém quer ouvir falar do Brasil no exterior, diz Naji Nahas

Empresário afirma estar pessimista com Brasil para 2022 diante de cenário político

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São Paulo

Figura emblemática do mercado financeiro do Brasil, conhecido pelo episódio da quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Naji Nahas avalia que as escolhas políticas recentes têm feito o Brasil perder uma grande oportunidade de se destacar frente aos pares no cenário global.

Durante participação em evento da Genial Investimentos nesta quarta-feira (10), Nahas afirmou que o ambiente recente de liquidez abundante nos mercados internacionais, com forte desempenho nos preços das commodities, acabou sendo desperdiçado pelo país.

"O Brasil tinha tudo para estar bombando", afirmou Nahas, que recentemente voltou às manchetes dos jornais por organizar um jantar com a participação do ex-presidente Michel Temer e empresários, em que imitações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viralizaram nas redes sociais.

Empresário libanês Naji Nahas, radicado no Brasil desde 1969
Empresário libanês Naji Nahas, radicado no Brasil desde 1969 - Zanone Fraissat - 2.dez.2019/Folhapress

Ele apontou a política fiscal e as eleições entre os pontos de atenção que reduzem a atratividade do país sob a ótica dos estrangeiros.

"Infelizmente, a política está prejudicando. Você vai lá fora e fala sobre Brasil, ninguém quer ouvir falar do Brasil", assinalou o libanês, radicado no país desde 1969. "Não estou otimista sobre 2022, estou achando muito complicado o quadro."

Nahas abordou também o episódio que culminou na quebra da Bolsa carioca, enfatizando que demorou 16 anos para ser inocentando pela Justiça das acusações de manipulação de mercado no fim da década de 1980. "Ninguém nunca quis olhar a verdade", disse. "Foi um drama que estragou minha vida."

Em 2008, Nahas foi preso durante investigação da operação Satiagraha, da Polícia Federal, sob a suspeita de participar de esquema de desvio de verbas públicas.

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