Pacheco critica inflação e diz que alta dos juros é nociva para a produção

Apontado como pré-candidato ao Planalto, senador critica desemprego e crise energética

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou duramente nesta sexta-feira (10) a situação econômica atual do Brasil, em particular a alta da inflação. Pacheco disse que estão cada vez mais presentes nas vidas dos brasileiros os "problemas que não precisávamos estar convivendo".

O senador mineiro participou na manhã desta sexta-feira (10) de um evento organizado pela Associação Comercial e Industrial de Cascavel, no Paraná.

As críticas acontecem exatamente no dia da divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que apontou a maior alta para novembro desde 2015. A inflação acumulada se aproxima de 11% nos últimos 12 meses.

Senador Rodrigo Pacheco em sessão no Senado, em Brasília - Adriano Machado - 8.dez.2021/Reuters

"Temos problemas também que têm sido cada vez mais presentes nas nossas vidas como brasileiros e são problemas que não precisávamos estar convivendo com eles: a inflação. Na década de 1990, um grupo de pessoas, sob a batuta de um mineiro, Itamar Franco, concebeu o plano Real que pode ser capaz de combater a inflação", disse o presidente do Senado, que é pré-candidato à presidência da República.

"Hoje a inflação bate à nossa porta, como também bate à nossa porta a alta de juros que é absolutamente nociva para a produção do país. Juros altos são a receita do insucesso para a economia do país", completou.

Pacheco ainda seguiu apontando problemas enfrentados na área econômica, citando o desemprego "muito considerável" e a "grave" desvalorização do real. E ainda completou que, em um momento em que a economia precisa crescer, o país enfrenta um entrave estrutural, com a crise energética e hídrica.

"E com a perplexidade que temos que crescer a nossa economia, temos que gerar emprego, temos que nos desenvolver e esbarramos numa coisa básica, que é não ter energia para o crescimento nacional, fruto da falta de planejamento energético e hídrico, que nos faz hoje viver uma crise, de inflação, de juros altos, de desemprego, de desvalorização da moeda, somados à crise de energia elétrica, hídrica e social", disse.

O presidente do Senado ainda afirmou que os problemas econômicos enfrentados ainda são agravados pela situação política vivida pelo país, marcada por uma forte polarização que é a "receita maior ainda do insucesso".

Lamentou as mortes por causa da pandemia do novo coronavírus e também que nem mesmo esse momento difícil serviu para unir a população e a classe política. E que essa situação se agravou em "arroubos antidemocráticos" e a hipótese de não haver eleições em 2022.

"Infelizmente essa polarização, essa divisão, reinou no Brasil nos últimos tempos e desaguou em algo inclusive que não podíamos estar discutindo em pleno ano de 2021, que é o questionamento à nossa democracia", afirmou.

"Chegamos até a ter a cogitação de não termos eleições em 2022, em arroubos antidemocráticos, indo para as ruas pedir o fechamento de instituições, a volta de ditadura militar, um ato institucional. Isso não é o caminho para lugar algum", completou o presidente do Congresso Nacional, sem citar o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

Apenas acrescentou que é necessário responder a esses arroubos, sejam eles bravatas ou "piadas de mau gosto".

Por outro lado, o presidente do Senado citou o que descreveu como avanços recentes, como a instituição do teto dos gastos e algumas propostas aprovadas no Congresso durante a pandemia, como o Pronampe e medida de enfrentamento à situação de emergência em saúde.

Pacheco também ressaltou a promulgação da PEC dos Precatórios, que viabiliza o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

"Esse é um problema imediato que nós temos, que conseguimos resolver nesta semana com a aprovação da PEC dos Precatórios, foi promulgada a parte comum aprovada pelas duas casas. Então tem o espaço fiscal agora para o Auxílio Brasil, é um programa que vai se tornar real na vida das pessoas", disse.

Pacheco voltou a repetir a frase de que considera a geração de emprego o melhor programa social, mas ressaltou que o Brasil é um país desigual e por isso defende a atuação do estado em favor de parte marginalizada da população.

O presidente do Senado também comentou a aprovação da prorrogação até 2023 da desoneração da folha de pagamento para 17 setores de alta empregabilidade.

"Aprovamos ontem o projeto da desoneração, de 17 setores que empregam mais de 6 milhões de pessoas. Quando se fala de desoneração, pega um pouco mal. É um modelo tributário diferente para aquelas empresas que têm alta empregabilidade", completou.

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