Descrição de chapéu inflação

Vendas no varejo dos EUA superam expectativas em janeiro

Setor se recupera em meio a crescimento nas compras de veículos e outros bens, mas preços seguem altos

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Lucia Mutikani
Washington | Reuters

As vendas no varejo dos Estados Unidos se recuperaram com força em janeiro, em meio a um aumento nas compras de veículos e outros bens, mas os preços mais altos podem atenuar o impacto sobre o crescimento econômico neste trimestre.

A alta nas vendas no varejo foi de 3,8% no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta quarta (16). Os dados de dezembro foram revisados para baixo, mostrando queda de 2,5%, em vez de 1,9%, conforme relatado anteriormente.

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 2,0% nas vendas varejistas, com as estimativas variando de 0,7% a 4,4%.

Pedestre segura sacolas com compras em Manhattan, na cidade de Nova York - Mike Segar/Reuters

Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas varejistas avançaram 4,8% em janeiro. Os dados de dezembro foram revisados para baixo para mostrar queda de 4,0% no chamado núcleo das vendas no varejo, em vez dos 3,1% relatados anteriormente.

O núcleo das vendas corresponde mais de perto ao componente dos gastos do consumidor do PIB (Produto Interno Bruto).

Com os preços mais elevados respondendo por parte do aumento nas vendas, o núcleo no varejo ajustado pela inflação deve ter sido mais fraco, o que pode manter os gastos do consumidor em uma trajetória mais lenta de crescimento no início do primeiro trimestre.

As chamadas vendas reais no varejo são importantes na medição do crescimento dos gastos do consumidor. Em dezembro, o gasto real do consumidor recuou 1,0%.

As estimativas de crescimento econômico nos Estados Unidos para o primeiro trimestre estão em grande parte abaixo de uma taxa anualizada de 2%. A economia norte-americana cresceu a um ritmo de 6,9% no quarto trimestre. Em 2021, o crescimento foi o mais forte desde 1984.

Preços de importados nos EUA têm maior alta em quase 11 anos em janeiro

Os preços de importados nos Estados Unidos tiveram a maior alta em quase 11 anos em janeiro, em meio ao salto nos custos de energia e problemas nas cadeias de oferta, na mais recente indicação de que a inflação alta pode persistir por um tempo.

Os preços de importados subiram 2,0% no mês passado, maior alta desde abril de 2011, depois de recuo de 0,4% em dezembro, disse o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira.

Nos 12 meses até janeiro, a alta dos preços acelerou a 10,8%, ante taxa de 10,2% em dezembro.

Economistas consultados pela Reuters projetavam avanço de 1,3% dos preços de importados, que excluem tarifas.

O relatório foi divulgado após a notícia na terça (15) de que os preços ao produtor tiveram a maior alta em oito meses em janeiro. Os preços ao consumidor também subiram com força no mês passado, com a taxa anual de inflação registrando o maior patamar em 40 anos.

Os preços de combustíveis importados dispararam 9,3% no mês passado, enquanto os de petróleo saltaram 9,5% e os custos de alimentos importados aceleraram 3,6%.

Excluindo combustíveis e alimentos, o chamado núcleo dos preços, a inflação de importados foi de 1,1%, de 0,6% em dezembro. Na base anual, a alta foi de 6,2% em janeiro.

Produção manufatureira dos EUA sobe de forma moderada em janeiro

A produção nas fábricas dos Estados Unidos subiu de forma moderada em janeiro, com a segunda queda mensal consecutiva na produção de veículos em meio a uma contínua escassez global de semicondutores.

A produção manufatureira subiu 0,2% no mês passado, após cair 0,1% em dezembro, informou o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam recuperação de 0,3% na produção manufatureira. Em relação a janeiro de 2021, a produção aumentou 2,5%.

A escassez de materiais também tem afligido outros segmentos da manufatura, além da indústria automobilística.

Os gastos mudaram de serviços para bens durante a pandemia de Covid-19, mas os fabricantes têm encontrado dificuldades para lidar com a escassez aguda de trabalhadores nas fábricas e em outros locais ao longo da cadeia de abastecimento gerada pelo coronavírus.

A manufatura, que responde por 11,9% da economia norte-americana, continua sendo apoiada por estoques empresariais ainda fracos, uma vez que a demanda por bens permanece forte.

A produção nas montadoras caiu 0,9% no mês passado, depois de recuar 0,4% em dezembro. Excluindo veículos motorizados, a manufatura cresceu 0,3% em janeiro.

O ganho do mês passado na produção manufatureira combinado com um salto recorde de 9,9% em serviços públicos impulsionou a produção industrial em 1,4%, após queda de 0,1% em dezembro.

A utilização da capacidade do setor manufatureiro, uma medida de quão plenamente as empresas estão usando seus recursos, subiu 0,1 ponto percentual, para 77,3%, em janeiro, 1,8 ponto acima do seu nível pré-pandemia, mas ainda 0,8 ponto abaixo da média de longo prazo.

No mês passado, a utilização geral da capacidade do setor industrial aumentou 1,0 ponto percentual, a 77,6%. O indicador está 1,9 ponto abaixo da média de 1972-2021.

Autoridades do Fed tendem a considerar as medidas de uso da capacidade para sinais de quanta "folga" resta na economia —até que ponto o crescimento tem espaço antes de se tornar inflacionário.

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