O sobe e desce do petróleo, corrida por estoques e o que importa no mercado

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Países correm para estocar alimentos

Com a guerra na Ucrânia pressionando os preços de importantes commodities para o mundo, grandes países consumidores e produtores de grãos passaram a elevar seus estoques de insumos.

Assim, a oferta desses itens deve ficar ainda mais prejudicada, o que contribui para a elevação dos preços.


Entenda: a guerra que avassala a Ucrânia e as sanções impostas à Rússia prejudicam o fornecimento de commodities como trigo e milho. Os dois países concentram cerca de 25% das exportações mundiais do primeiro e quase 15% das do segundo.

Em números: a queda na oferta já tem prejudicado os estoques reguladores de grãos, que estão no menor nível em oito anos no mundo. Como consequência, os preços, que já vinham aquecidos antes da guerra, devem subir mais 20% por causa do conflito.

Os dados são da FAO, órgão da ONU para alimentação e agricultura.

Países que anunciaram medidas para segurar estoque:

  • O Egito suspendeu nesta semana suas exportações de trigo, farinha, lentilhas e feijão. O país depende bastante do trigo que vem de Rússia e Ucrânia.
  • A Indonésia adotou restrição pesada nas exportações de óleos vegetais, usados na cozinha e em indústrias de cosméticos e chocolate.
  • A Argentina suspendeu por tempo indeterminado as exportações de farelo e de óleo de soja, dos quais é o principal exportador do mundo. Na semana passada, o óleo de soja acumulava alta de 171% nos dois últimos anos no Brasil, segundo a coluna Vaivém das Commodities.

​Ciberataques podem piorar na Ucrânia

Apesar de a ofensiva cibernética russa já ter atingido algumas redes e sites da Ucrânia, esses ataques não têm sido tão refinados quanto os especialistas esperavam para esse tipo de conflito.

Isso pode ser um sinal de que o pior ainda está por vir, afirma a Kaspersky, empresa russa de cibersegurança

Entenda: a Rússia é considerada um dos países onde estão grupos com grande poder de gerar estragos em redes de infraestrutura digital.

Ilustração com as cores das bandeiras ucraniana (à esq.) e russa
Ilustração com as cores das bandeiras ucraniana (à esq.) e russa - Dado Ruvic/Reuters

Briga dos dois lados: o conflito entre Rússia e Ucrânia também é marcada por grupos atuando em favor de cada país no campo cibernético.

Pelos ucranianos, grupos de ativismo hacker famosos, como o Anonymous, passaram a atacar entidades russas com vazamento de dados e mensagens de apoio ao país invadido em telas russas.

Mais sobre guerra na Ucrânia:


Petróleo abaixo de US$ 100

O barril do petróleo do tipo Brent, referência internacional, voltou a ficar cotado abaixo dos US$100 nesta terça-feira (15). No fim do dia, ele valia US$ 98,50 (R$ 505), com queda de mais de 8%.

O patamar dos três dígitos havia sido atingido no dia que a Rússia invadiu a Ucrânia. A commodity chegou a ficar perto da máxima histórica na semana passada, mas os preços esfriaram desde então.

O que explica: as cotações do petróleo caíram nos últimos dias com a expectativa do mercado para um avanço nas negociações diplomáticas entre Rússia e Ucrânia e também foram pressionadas pelo alto número de casos de Covid-19 registrados na China.

O contágio elevado fez a China restringir a circulação em importantes regiões industriais do país, o que pode acabar afetando a demanda por petróleo em uma das maiores economias do mundo.

Repercussão: como os preços dos combustíveis no Brasil são atrelados à variação da commodity lá fora, a queda voltou a atrair atenção para a política de preços da Petrobras.

  • O presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou a companhias e disse que "com toda a certeza" a estatal vai reduzir o preço dos combustíveis. O mandatário intensificou suas críticas à estatal desde o último final de semana.
  • Com a sequência de quedas, o preço médio do diesel no Brasil ficou R$ 0,27 por litro acima da paridade de importação, enquanto o litro da gasolina está R$ 0,05 abaixo.
  • Antes do mega-aumento da semana passada, a defasagem chegou a ser de 40% para o diesel. É por causa desse sobe e desce e pela dificuldade em trazer diesel ao país que o setor afirma que ainda não é momento de reduzir os preços nas refinarias.

Na Bolsa: o Ibovespa caiu 0,88%, aos 108.959 pontos, e o dólar voltou a apresentar alta, de 0,80%, a R$ 5,16.

Além da Covid na China, que derrubou preços de outras commodities importantes para as empresas da B3, como o minério de ferro, a expectativa do mercado para as decisões desta quarta de política monetária nos EUA e no Brasil deu o tom do pregão.


A Meta no banco dos reús

A Meta, dona do Facebook, segue no radar das autoridades de diversos países. Nesta terça, foi a vez da Irlanda multar a empresa por violar as regras de proteção de dados e da África do Sul acusá-la de domínio de mercado.

Na Irlanda, a multa de 17 milhões de euros (R$ 95,7 milhões) veio após uma investigação sobre 12 casos de uso ilegal de dados de usuários. O país, por cobrar menos impostos de empresas de tecnologia, é sede de diversas big techs americanas.

  • Por isso a nação costuma funcionar como um regulador europeu para assuntos de proteção de dados da União Europeia. A Meta afirma que essa multa se refere a práticas de 2018, que foram atualizadas desde então, e não a uma falha por não proteger as informações das pessoas.

Na África do Sul, a comissão de concorrência local levou a empresa ao tribunal por abuso de posição dominante no mercado. O órgão disse que a empresa excluiu o GovChat (startup que conecta governo e cidadãos) de sua ferramenta para negócios no WhatsApp.

  • A rede de troca de mensagens defendeu a exclusão do GovChat, dizendo que a startup não estava cumprindo os termos de serviço da companhia.

Não é só a Meta: a empresa de Mark Zuckerberg não é a única das big techs a enfrentar processos em diversos países. Nos últimos meses, Apple, Amazon e Google também foram multados por medidas consideradas como concentração de mercado.


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