Mercado vê mais inflação e juros, russos recorrem a VPN e o que importa na economia

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Mercado sobe projeção para inflação e juros

O mercado reajustou suas expectativas para inflação, juros e crescimento da economia a partir do mega-aumento da Petrobras anunciado na semana passada.

O que explica: a expectativa de avanço nos preços gera também uma perspectiva de uma política monetária mais contracionista do Banco Central. Com a alta dos juros, o mercado reajusta seus cálculos para o crescimento do PIB.

Em números:

  • Inflação: a mediana das projeções do mercado para o IPCA deste ano foi para 6,45%, ante cálculo de 5,65% da semana passada. Para 2023, saiu de 3,51% para 3,70%. A meta de inflação para 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%.
  • Juros: a expectativa é que a Selic termine este ano em 12,75% e o próximo em 8,75%. Na pesquisa anterior, a projeção era de 12,25% e 8,25%, respectivamente.
  • PIB: os economistas subiram sua previsão de crescimento em 2022 de 0,42% para 0,49%, mas reduziram para 2023, de 1,50% para 1,43%.

O Itaú também reajustou para cima sua projeção de desempenho da economia neste ano, motivado pela disparada das commodities e por dados positivos no início do ano. O banco vê que o PIB deve crescer 0,2% neste ano. Para 2023, a estimativa de alta recuou de 1% para 0,5%.

Mais sobre mega-aumento da Petrobras:


Gigante das criptos compra corretora brasileira

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, anunciou nesta segunda a assinatura de memorando de entendimento para uma eventual aquisição da brasileira sim;paul.

A negociação, que ainda precisa ser aprovada pelo BC, não teve valores divulgados. A corretora classificou o mercado brasileiro como de "rápido desenvolvimento" e disse acreditar que tem muito a contribuir com o desenvolvimento do ecossistema blockchain.

Representação das criptomoedas bitcoin, ethereum, dogecoin, ripple e litecoin em frente do logo da Binance
Representação das criptomoedas bitcoin, ethereum, dogecoin, ripple e litecoin em frente do logo da Binance - REUTERS

Quem é quem:

  • Binance: criada na China, a exchange deixou o país em 2017 após a repressão do governo às criptos. Hoje sediada em Malta, ela é investigada por diversos países por não possuir um endereço físico real.
  • sim;paul: fundada em Porto Alegre em 2019, a corretora afirma ter autorizações de operação dadas pelo BC e pela Comissão de Valores Mobiliários.

Por que importa: a Folha mostrou no mês passado que o braço da Binance no país, B.Fintech, foi registrado na Receita com telefone e email falsos, segundo um documento do Fisco.

  • A corretora também recebeu ordem da CVM para que não opere valores mobiliários no país.
  • A Binance afirmou que tem colaborado com as autoridades ao atender pedidos de informações e esclarecimentos, além de dizer reafirmar compromisso com a Justiça brasileira.

A compra da sim;paul pela Binance acontece poucas semanas depois de o Senado aprovar um projeto que obriga as exchanges que atuam no país a possuir autorização de órgão do governo federal. O texto precisa passar pela Câmara.


Aversão ao risco domina Bolsa

A aversão ao risco no Brasil e nos EUA marcou a segunda-feira do mercado local. Juros e câmbio fecharam em alta, enquanto o Ibovespa caiu 1,60%, a 109.927 pontos. O dólar subiu 1,30%, a R$ 5,12.

O que explica:

  • Queda das commodities: a expectativa por avanços diplomáticos na guerra na Ucrânia gerou otimismo no mercado europeu e ajudou a resfriar as cotações. A Vale, que caiu 5,36%, também foi pressionada pelo alto registro de casos de coronavírus na China.
  • Decisões sobre juros: a próxima quarta deverá ser marcada por alta de juros nos EUA e no Brasil, o que gera fuga das Bolsas e valoriza os títulos americanos, considerados os ativos menos arriscados do mundo.
  • Risco fiscal: o mercado está de olho nas medidas estudadas pelo governo para aliviar a disparada no preço dos combustíveis. Há um temor de que elas coloquem em risco as contas públicas, tanto na parte dos gastos quanto na parte de renúncia de despesas.

Nubank despenca: as ações da fintech encerraram esta segunda em queda de mais de 9% na Bolsa de Nova York (Nyse), a US$ 5,93 (R$ 30). Desde o pico atingido em 11 de dezembro (US$ 11,85, R$60), no dia seguinte a sua estreia na Bolsa, seus papéis perderam praticamente metade do valor.

Por que caiu? As empresas de tecnologias vêm sendo penalizadas com a expectativa de alta dos juros nos EUA, mas o banco digital sofreu um novo baque após uma decisão regulatória anunciada pelo BC na sexta (11).

  • Na prática, a medida aumenta de maneira escalonada a exigência de capital para as grandes fintechs que funcionam como instituições de pagamento. A decisão as aproxima da regulação que existe para os bancos.
  • O Nubank afirmou que as novas regras o farão ter uma exigência adicional de capital em 2023 e 2024 menor do que a expectativa original, mas que essa obrigação será maior em 2025, quando as normas passam a valer integralmente.

Entre as outras fintechs brasileiras listadas nos EUA, os papéis de Stone caíram 6,4% nesta segunda, e os de PagSeguro PagBank, 5,6%. A empresa pertence ao Grupo UOL –que tem participação minoritária e indireta do Grupo Folha, que publica a Folha.


Procura por VPNs dispara na Rússia

A procura de usuários que moram na Rússia por VPNs (Redes Privadas Virtuais, na sigla em inglês) disparou 2.088% na véspera do banimento do Instagram no país se comparada à média registrada antes da invasão à Ucrânia.

Os dados são da empresa de monitoramento Top10VPN.

Entenda: essa ferramenta criptografa dados e oculta onde um usuário está localizado. Os russos têm buscado essa alternativa para conseguirem acessar sites e apps que ou foram bloqueados pelo governo local ou deixaram de operar no país por decisão das próprias empresas.

  • O acesso ao Instagram e às outras redes da Meta, dona do Facebook, foi cortado por Moscou nesta segunda.
  • Os usuários russos também não conseguem acessar o catálogo da Netflix, que suspendeu suas atividades no país. O app chinês TikTok, febre entre os jovens, proíbe a criação de novos conteúdos por usuários russos.
  • Veja aqui uma lista com empresas que "cancelaram" a Rússia e saíram do país após a invasão à Ucrânia.

Mais sobre sanções à Rússia:


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