Em um vídeo divulgado neste sábado (5) pela mídia russa, o presidente Vladimir Putin aparece em encontro com ao menos 16 comissárias de bordo da empresa aérea Aeroflot, para as quais fala sobre a guerra na Ucrânia, que ele chamou de "uma operação especial e não de uma invasão".
A reunião, segundo a mídia local, aconteceu durante visita a um centro de treinamento da companhia aérea Aeroflot, nos arredores de Moscou. A empresa russa anunciou neste sábado a suspensão dos voos internacionais a partir de terça (8), em meio a sanções ocidentais contra a Rússia.
A decisão, segundo comunicado, foi motivada por "novas circunstâncias que prejudicam as operações de voo". No final de fevereiro, a União Europeia fechou seu espaço aéreo a aviões russos. A Aeroflot manterá as viagens domésticas e os voos para a Belarus.
Na conversa com as comissárias, Putin diz que "as sanções ocidentais parecem uma declaração de guerra" e que "aqueles que estão lutando na Ucrânia estão lutando pelo futuro de nossas crianças".
Retórica à parte, o que mais chamou a atenção dos internautas foi a divulgação da imagem do presidente cercado pelas comissárias em uma mesa comprida e, em pose para foto, laeado por cinco delas, todas jovens, uniformizadas de vermelho vivo e segurando um buquê de flores.
A proximidade e a ausência de máscara contrastam com o distanciamento social mantido recentemente por Putin em encontro com líderes políticos que se recusaram a fazer testes de Covid em laboratórios russos.
A visita à empresa aérea também serviu de mote para uma onda de piadas na internet.
"Putin se reúne com a Aeroflot, que é, de fato, uma zona de exclusão de voo", diz um usuário, enquanto ironiza o fato da empresa ter sido afetada pelas sanções.
Um dos orgulhos do governo russo, a empresa aérea foi duramente afetada pelas sanções, principalmente pelo cancelamento de contratos das empresas de leasing —que fornecem as aeronaves em uma espécie de aluguel especial usado no setor de aviação.
Também foram cortados o acesso a sistemas de venda de passagens, e uma boa parte de suas rotas mais rentáveis foi bloqueada por países que se opõem à ação militar da Rússia.
Segundo analistas, a visita de Putin pode ter, entre outros motivos, o de "levantar o moral" da companhia.
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