Musk vira maior acionista do Twitter, vai não vai na Petrobras e o que importa no mercado

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Musk captura Twitter

Elon Musk comprou 73,5 milhões de ações do Twitter, equivalentes a 9,2% da companhia, e se tornou o maior acionista da rede social.

A compra, feita em 14 de março, foi revelada nesta segunda-feira (4) por documento divulgado pela SEC (a CVM americana). Em reação à notícia, as ações do Twitter dispararam 27% no pregão.

Elon Musk durante uma coletiva de imprensa após o lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX, empresa que fundou
Elon Musk durante uma coletiva de imprensa após o lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX, empresa que fundou - Mike Blake - 2.mar.2019/Reuters

Por que importa: a compra das ações aconteceu pouco antes do homem mais rico do mundo publicar (no próprio Twitter) que estava "pensando seriamente" em criar uma nova rede social.

  • No dia 25 de março, portanto 11 dias após ter comprado as ações, Musk fez uma enquete na rede questionando os usuários se ela seguia os princípios de liberdade de expressão. Dos que votaram, 70% responderam "não". Ele ainda disse que as "consequências da enquete seriam importantes".
  • O bilionário é um dos usuários com mais seguidores e influência no Twitter. Seus posts na rede social já impulsionaram cotações de diversas criptomoedas, inclusive as que surgiram como meme.
  • Sua publicação mais polêmica foi feita em 2018, quando ele disse que estava pensando em fechar o capital da Tesla. As ações da companhia dispararam na época, e a montadora e seu fundador foram multados pela SEC em US$ 20 milhões cada um.

Em números: a compra de Musk, com base no preço das ações na última sexta (1º), avaliava sua participação em até US$ 2,9 bilhões (R$ 13,6 bilhões).

  • Enquanto isso, ele já vendeu US$ 16,4 bilhões (R$ 77 bilhões) em ações da Tesla, com a promessa –feita após outra enquete no Twitter– de que venderia 10% de seus papéis da companhia.
  • A aquisição dos 9% por Musk são, teoricamente, sem poder de influenciar na gestão da empresa, mas ele tem quatro vezes mais ações que Jack Dorsey, fundador do Twitter, o sexto maior acionista da companhia. Dorsey deixou a presidência da companhia no ano passado.

Indicado desiste da presidência da Petrobras

O Ministério de Minas e Energia confirmou na noite desta segunda que o empresário Adriano Pires desistiu de assumir a presidência da Petrobras.

O que explica: o economista disse que não conseguiria se desvencilhar a tempo de seu trabalho como consultor para assumir a estatal.

  • Ele é dono do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), e mesmo que deixasse a consultoria, seu filho também é sócio da empresa, algo que é vedado pela Lei das Estatais.
  • A Folha mostrou no fim de semana que tanto Pires quanto Rodolfo Landim, presidente do Flamengo que desistiu de presidir o conselho da Petrobras, são ligados a Carlos Suarez, megaempresário do setor de gás.
  • O Comitê de Pessoas da Petrobras, responsável por analisar as nomeações para a alta administração da estatal, também viu possível conflito de interesses na indicação de Pires.

Impasse: sem Pires no jogo, o governo agora corre contra o tempo para indicar novos nomes para presidir a estatal e seu conselho de administração. Para a troca acontecer, os substitutos têm que ser indicados até o próximo dia 13, data da assembleia geral de acionistas da empresa.

Repercussão: durante o dia, quando notícias já davam conta de que Pires poderia recusar o convite, as ações preferenciais da Petrobras caíram 0,88%, mesmo em um dia de alta de 3,39% do petróleo. A queda da estatal puxou a do Ibovespa, que recuou 0,24%, a 121.279 pontos.

  • Também durante a tarde, o ministro Paulo Guedes (Economia), que não participou da indicação, disse "estar sem luz" sobre a crise gerada com a troca de comando da companhia.
  • Diante da pressão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), saiu em defesa de Pires. "'Tem que pegar um arcebispo para ser diretor da Petrobras?", questionou.

Mais sobre a Bolsa:

  • Refletindo o bom humor lá fora, o dólar mergulhou 1,22%, a R$ 4,61, na menor cotação desde 4 de março de 2020.
  • América Latina pode se beneficiar da guerra na Ucrânia, prevê BlackRock

2021 - o ano das criptos no Brasil

Mais da metade (51%) dos brasileiros que possuem criptomoedas fizeram a primeira compra desses ativos no ano passado. Quando são englobados os EUA, a América Latina e a região Ásia-Pacífico, esse percentual é de 45%.

Os dados são de uma pesquisa com quase 30 mil pessoas em 20 países pela corretora norte-americana Gemini. O levantamento foi feito entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.

Em números: ainda segundo a pesquisa, 41% das pessoas entrevistadas no Brasil afirmaram ter criptos em sua carteira. O país, ao lado da Indonésia, é líder entre as nações consultados pela Gemini.

  • América Latina e África são os continentes onde 46% dos entrevistados concordam com a afirmação de que algumas criptos podem proteger contra a inflação. Essa fatia é de 16% nos EUA e de 15% na Europa.

O que explica: em um ano em que os brasileiros tiveram de enfrentar uma inflação de dois dígitos, ganhou força a visão de que as criptos podem servir como uma proteção contra a alta dos preços.

  • O bom desempenho delas no ano também foi um diferencial. Só o bitcoin, a mais conhecida, subiu 75% em 2021, enquanto a Bolsa despencou quase 12%.
  • Após atingir o pico de US$ 68 mil em 2021, o bitcoin esfriou, e acumulava queda anual de 2% até esta segunda. Hoje em US$ 46 mil, chegou a encostar nos US$ 35 mil em janeiro, tirando força da tese da cripto como uma proteção à inflação.

Amil terá que reassumir planos, diz ANS

A Amil terá que reassumir a carteira de planos individuais que havia sido transferida para a operadora APS, determinou a ANS (Agência Nacional de Saúde) nesta segunda.

Relembre: a Amil havia transferido para a APS no começo do ano a assistência a 330 mil beneficiários de planos individuais e familiares em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

A ideia da Amil era passar o controle da APS para o Fiord Capital, com quem ela havia acertado pagar a quantia de R$ 3 bilhões para que o fundo assumisse esses planos.

Negativo: a ANS, que já havia impedido a transferência do controle da APS para o fundo, comunicou nesta segunda que "constatou que os compradores das quotas da APS não têm capacidade financeira suficiente para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da APS".

As operadoras Amil e APS poderão se manifestar dentro de dez dias. Após o prazo, a ANS decidirá em definitivo se anula a autorização concedida para a transferência de carteira e se adotará novas medidas.

Por que importa: no Brasil, os planos individuais e familiares têm reajustes determinados pela ANS, e em 2021 eles tiveram desconto obrigatório de 8,19% –a primeira correção negativa da história. Um novo reajuste deve ser anunciado neste mês.

  • A ideia da Amil era continuar apenas com os planos coletivos (empresariais e por adesão), que somam 80% dos usuários no país, e têm negociação direta entre as operadoras e os clientes. Os preços nesse tipo de modalidade dispararam até 133% neste ano.
  • A Folha mostrou em fevereiro que os clientes dos planos individuais da Amil convivem com o temor de quebra do plano desde a mudança de controle.

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