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Inflação vem melhor que a encomenda
A inflação brasileira, medida pelo IPCA, desacelerou para 0,47% em maio, em um sinal de que o pico da alta de preços para o ano ficou para trás.
Em abril, o avanço havia sido de 1,06%.
Em números: o resultado veio menor que o esperado pelos analistas, que projetavam alta de 0,6%. Em 12 meses, a inflação ainda está acima de dois dígitos (11,73%), mas também caiu em relação a abril (12,13%).
Quatro pontos para entender a inflação de maio:
1 - Transportes: foi o grupo que puxou a alta do mês, com impacto de 0,30 ponto percentual e avanço de 1,34% –desaceleração em relação a abril (1,91%).
- Destaque para as passagens aéreas, cuja medição é feita dois meses antes e aceleraram 18,33%. Elas foram pressionadas pela alta do querosene de aviação e aumento da demanda.
2 - Alimentos e bebidas: é outro grupo que vem dando o tom da inflação no ano e ajudou o IPCA a desacelerar em maio. A alta foi de 0,48% no mês, depois de uma variação de 2,06% em abril.
- Após dispararem com a seca dos primeiros meses do ano, cenoura (-24,07%) e tomate (-23,72%) lideraram as quedas. Na outra ponta, a maior alta foi da cebola (21,36%).
3 - Habitação: foi o único grupo que teve deflação em maio (-1,70%), com recuo da energia elétrica (-7,95%) pelo segundo mês consecutivo.
4 - Difusão: o índice que mede a inflação "espalhada" pelos setores da economia também caiu, o que é uma boa notícia. Passou de 78% para 72%, patamar ainda considerado alto.
Mais sobre a inflação:
- Bolsonaro e Guedes pedem para supermercados segurarem preços, mas setor pede inclusão dos itens da cesta básica na redução de ICMS.
- Preço de cesta básica cresce mais em Fortaleza e Manaus, diz pesquisa.
Oferta da Eletrobras sai a R$ 42 por ação
A Eletrobras fixou em R$ 42 o preço das ações que serão emitidas em seu processo de privatização, segundo a agência Reuters.
Ao fim da oferta, a União deixa de ser controladora da empresa, mas ainda terá uma golden share, que dá direito a veto em alterações estatutárias, por exemplo.
As ações ordinárias da companhia terminaram o pregão desta quinta avaliadas em R$ 43.
Como foi o processo: a privatização aconteceu com emissões de ações no Brasil e nos EUA, reduzindo a fatia da União na empresa de 70% para 45%.
- A oferta de desestatização da maior empresa de energia da América Latina movimentou R$ 33,68 bilhões, mas a demanda se aproximou de R$ 70 bilhões, ainda de acordo com a Reuters.
Investidores do FGTS: estima-se que a procura também foi superior ao limite estabelecido de R$ 6 bilhões e que haverá rateio proporcional das ações entre os investidores, considerando o pedido de reserva de cada um deles. Os valores depositados em excesso serão devolvidos ao FGTS.
- Os trabalhadores só poderão vender as ações após 12 meses, a não ser que se encaixem em uma das situações em que a legislação permite o saque do Fundo de Garantia (veja aqui quais são elas).
Em números: caso os valores se confirmem, a oferta será a segunda maior do mundo no ano e a maior em 12 anos no Brasil –desde a capitalização da Petrobras em 2010.
- O governo receberá R$ 67 bilhões com a privatização da Eletrobras, líder nos segmentos de geração e transmissão de energia elétrica no país.
- Desse valor, R$ 25 bilhões serão depositados à vista na conta do Tesouro como valor de outorga.
- Os outros R$ 32 bilhões vão em parcelas para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que busca reduzir o peso dos encargos e aliviar a conta de luz.
Dê uma pausa
- Para assistir "Super Pumped"
A série de sete episódios baseada no livro "A Guerra pela Uber", do jornalista Mike Isaac, mostra a ascensão e queda do ex-CEO da empresa, Travis Kalanick.
Relembre: o executivo renunciou ao cargo em 2017 após escândalos envolvendo quebra de privacidade de usuários, assédio sexual e ambiente de trabalho tóxico.
- A produção conta detalhes da fundação da startup em 2009, quando era um serviço de corridas apenas com carros pretos e de luxo, até a adoção da modalidade UberX, em 2012, que ajudou a popularizar o app.
Crítica: "Super Pumped" quer abranger a evolução da Uber, a vida de Travis Kalanick e a cultura do Vale do Silício, mas se perde de vez quando deixa a história corporativa de lado para humanizar Travis Kalanick, escreve Gustavo Soares.
Além da economia:
- Podcast da Folha investiga passado de crimes por trás de mansão abandonada em São Paulo; ouça.
- TV Folha: veja vídeo que explica o fracasso dos últimos 30 anos de operações policiais na Cracolândia.
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