Descrição de chapéu PIB

O que explica a alta de 1% do PIB no primeiro trimestre? Veja lista

Desempenho da economia ficou um pouco abaixo das estimativas do mercado financeiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro e São Paulo

O crescimento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no primeiro trimestre de 2022 reflete principalmente os efeitos da reabertura da economia, dizem analistas. Também houve estímulos do setor externo.

A seguir, veja uma lista de fatores que levaram o indicador a avançar frente ao quarto trimestre do ano passado.

Movimento em feira livre na zona sul do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 19 abr.2022/Folhapress

Retorno de serviços e consumo

O início do ano foi marcado pelos reflexos da retirada de restrições à circulação de pessoas. Esse movimento de flexibilização acabou gerando espaço para a retomada do consumo de serviços, setor produtivo que sofreu com paralisações nas fases mais críticas da pandemia.

Serviços que dependem do contato direto com clientes, como os de bares, restaurantes, hotéis, eventos e transporte de passageiros, foram impulsionados na largada deste ano. O segmento como um todo teve alta de 1% em relação ao quarto trimestre de 2021.

Os cálculos do IBGE ainda avaliam o PIB pela ótica da demanda, ou seja, como são consumidos bens e serviços. O consumo das famílias subiu 0,7% no primeiro trimestre, em mais um reflexo da derrubada de restrições.

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, mais brasileiros voltaram a procurar atividades de lazer, como viagens, por exemplo.

Apetite por commodities agrícolas e preços em alta

O início do ano também foi marcado pela demanda global por commodities agrícolas e a consequente valorização dos preços dos produtos.

Isso, segundo analistas, beneficiou as exportações brasileiras, que cresceram 5% no primeiro trimestre, em relação aos três meses imediatamente anteriores.

Base de comparação fragilizada

Apesar do avanço no começo do ano, a economia brasileira ainda encontra dificuldades. Tanto é que a atividade ainda não recuperou totalmente o patamar de antes da crise de 2014 a 2016. A base de comparação fragilizada é outra questão que ajuda a entender a subida recente, segundo analistas.

Ocupação maior

Após o baque da pandemia, mais brasileiros vêm encontrando algum tipo de trabalho. No primeiro trimestre de 2021, o número de ocupados era de 87,1 milhões. Em igual período deste ano, o contingente subiu para 95,3 milhões (mais 8,2 milhões).

Analistas avaliam que a volta de mais brasileiros ao mercado de trabalho também ajudou o PIB no começo do ano, embora a renda média continue fragilizada.

Programas do governo

Às vésperas das eleições presidenciais e pressionado pela perda do poder de compra da população, o governo federal tenta estimular o consumo por meio de programas como o Auxílio Brasil. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, iniciativas dessa natureza podem gerar estímulos sobre o PIB.

O que joga contra a reação

A alta de 1% da economia nacional veio um pouco abaixo das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam avanço de 1,2%.

A inflação elevada e o ciclo de alta dos juros são apontados como freios para a reação mais consistente da economia. Em conjunto, os dois fatores jogam contra o consumo das famílias e os investimentos de empresas.

Aliás, os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), caíram 3,5% no primeiro trimestre. O resultado ligou sinal de alerta entre analistas.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.