Banqueiros reunidos em evento da Febraban (associação das instituições financeiras) nesta quinta (11) se mostraram otimistas com o cenário para 2023.

Para Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, o próximo ano pode surpreender positivamente o mercado.
Segundo ele, qualquer que seja o resultado das eleições, o próximo governo terá que atuar de forma a reestabelecer a âncora fiscal, de modo a recuperar a credibilidade do país perante os agentes de mercado.

Já no cenário global, o ano que vem pode ser marcado pelo início de redução dos juros em países que estão, no momento, em processo de aperto monetário, diz Sallouti.

"O reestabelecimento da âncora fiscal vai estabilizar as expectativas de inflação e os juros de longo prazo. E o fim do ciclo de aperto monetário, ou talvez o afrouxamento monetário, vai levar a um ano de 2023 que pode surpreender todo mundo", afirmou o CEO do BTG Pactual.

Na mesma linha, Mario Leão, presidente do Santander, disse que o Brasil entrou antes, e, por isso, vai também conseguir sair antes do ciclo de alta dos juros, com potencial para retomar um crescimento econômico mais sustentável em 2023, sem o impacto da inflação alta para o poder de compra da população.

"Ano que vem a gente tem uma oportunidade tremenda do Brasil de fato começar a descolar [dos pares]", afirmou Leão.

Presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho acrescentou que anos de eleições são sempre marcados pelo aumento da turbulência nos mercados, mas que o banco não pode se deixar levar pela polarização do campo político.

O mais importante, afirmou Maluhy Filho, é tentar entender qual a agenda dos candidatos para a economia, e como ela será implementada a partir de 2023 em busca de um país melhor.

"A cada quatro anos temos o processo eleitoral, que a gente conhece há muito tempo. O que vai acontecer em 2023 é que vamos estar aqui no evento da Febraban falando sobre futuro, negócios, clientes, inovação, e torcendo e fazendo o possível para ajudar a fazer o Brasil dar certo", disse o presidente do Itaú Unibanco.