Tributação de lucros e dividendos vai permitir redução de impostos aos mais pobres, diz Guedes

'Quem sabe com o presidente [Jair Bolsonaro] sendo eleito, a gente faz isso este ano', afirma o ministro

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São Paulo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (18) que, com a aprovação da reforma tributária e a implementação da medida que prevê a tributação de lucros e dividendos de grandes empresas, será possível adotar ações que gerem um impacto direto de redução dos impostos para a população de menor renda do país.

"Já foi aprovada na Câmara, falta o Senado. Quem sabe com o presidente [Jair Bolsonaro] sendo eleito, a gente faz isso este ano", afirmou o ministro, durante evento do BTG Pactual nesta quinta-feira (18), em São Paulo.

Guedes disse também que "quem dá o ‘timing´ das reformas é a política", acrescentando que, no momento em que a inflação começou a subir, o governo trabalhou pela independência do BC (Banco Central), e pela lei das falências, quando as empresas indicavam que passariam por um período de maior dificuldade.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento de cerimônia do lançamento do Plano Safra, em Brasília
Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento de cerimônia do lançamento do Plano Safra, em Brasília - Ueslei Marcelino - 29.jun.2022/Reuters

"Na [reforma] tributária perdemos, ela passou", reconheceu o ministro. Ele afirmou, porém, que o aumento da arrecadação foi utilizado pelo governo para promover redução de impostos indiretos, citando o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). "Nunca perdemos o norte. No meio da confusão, é importante não perder a bússola."

O ministro voltou a afirmar que pretende zerar o IPI, que, segundo ele, é o "imposto da desindustrialização em massa no Brasil".

Guedes disse ainda que o Brasil pode ser um dos grandes beneficiados pela reconfiguração das cadeias produtivas em curso nas economias dos países desenvolvidos, na esteira da pandemia e da Guerra da Ucrânia.

A postura amigável com a maior parte das grandes economias, bem como a proximidade geográfica, torna o país um parceiro em potencial, afirmou o ministro, acrescentando que, com o leilão dos aeroportos nesta quinta, o Brasil já tem comprometido um volume ao redor de R$ 900 bilhões em investimentos por parte do setor privado nos próximos dez anos.

"Estamos super bem posicionados. Só depende de nós. Basta não fazer besteira. Isso tem a ver com o voto", afirmou o ministro.

Guedes disse também que, se não fosse pela "barulheira" provocada pela volatilidade política por conta das eleições, o real deveria estar bem mais valorizado em relação ao patamar atual —a moeda americana encerrou a sessão desta quinta cotado a R$ 5,17.

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