Conselho do BID recomenda por unanimidade destituição de presidente, diz agência

Claver-Carone é acusado de manter relacionamento com membro da equipe

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Andrea Shalal
Washington | Reuters

O conselho de administração do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) votou por unanimidade nesta quinta-feira (22) para recomendar a remoção do presidente Mauricio Claver-Carone, disse uma fonte à agência Reuters. O executivo é acusado de manter um relacionamento íntimo com um membro de sua equipe.

A decisão do conselho foi tomada após uma investigação independente, feita pelo escritório de advocacia Davis Polk, que encontrou evidências para apoiar as denúncias contra o executivo.

A diretoria do BID tomará uma decisão final na próxima semana sobre a destituição do presidente do maior banco de desenvolvimento da América Latina, disse a fonte. A remoção de Claver-Carone, um candidato da era Trump que assumiu o cargo em outubro de 2020, exige a maioria do total de votos do conselho de administração, de acordo com as regras da instituição. Os três maiores acionistas do banco —Estados Unidos, Argentina e Brasil— detêm, juntos, quase 53% do poder de voto.

Mauricio Claver-Carone, chefe do BID - Noticieros Televisa no YouTube

Os diretores começarão a discutir a questão na sexta-feira (23), disse uma das fontes.

Além das evidências, a "imensa" falta de cooperação de Claver-Carone com a investigação também preocupou os diretores, afirma uma pessoa familiarizada com as discussões.

As ações do chefe cubano-americano durante a investigação, incluindo sua recusa em entregar um telefone celular emitido pelo banco e suas críticas à investigação no site da instituição, contribuíram para uma situação "tóxica", acrescentou a fonte.

Antes de chegar ao BID em 2020, Claver-Carone trabalhou com Trump como diretor para questões do Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional.

O BID é um banco de desenvolvimento que, embora bem menor do que o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial, é importante na América Latina.

Ele foi responsável por US$ 23,4 bilhões (R$ 120,9 bilhões) em financiamento e outros compromissos financeiros para a América Latina e o Caribe em 2021, segundo dados do banco.

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