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Milhares protestam na França contra reforma da aposentadoria; veja fotos

Manifestantes pedem maiores salários e rejeitam aumento da idade mínima para se aposentar, proposto por Macron desde 2019

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Paris | AFP

Milhares de pessoas saíram às ruas na França nesta quinta-feira (29) para protestar contra o custo de vida e contra uma impopular reforma previdenciária, que o governo do presidente Emmanuel Macron adiou por várias semanas para buscar um acordo.

Os sindicatos CGT, FSU e Solidaires convocaram um dia de manifestação para exigir um aumento salarial e alertar que as pessoas "não querem trabalhar por mais tempo", nas palavras do líder da CGT, Philippe Martinez.

Cerca de 40 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram da manifestação em Paris, embora os protestos também tenham atingido outros pontos como Marselha e Nantes.

Protesto contra reforma da aposentadoria em Paris, na França - Gonzalo Fuentes - 29.set.20202/Reuters

O aumento da idade de aposentadoria de 62 para 65 anos é uma das reformas emblemáticas que o presidente liberal quer aplicar, depois de a pandemia o ter obrigado a recuar numa primeira tentativa durante o seu primeiro mandato.

Os sindicatos, que paralisaram o transporte francês em 2020 com seus apelos à greve, já manifestaram sua oposição à reforma, assim como a oposição de esquerda, que denuncia a forma como Macron quer levá-la adiante.

A primeira-ministra Élisabeth Borne disse à AFP na quinta-feira que o governo abrirá um novo ciclo de diálogo com as forças políticas e sociais para adotar a lei "antes do inverno".

Seu objetivo é a implementação gradual da reforma a partir de meados de 2023 e até 2031, quando a idade de aposentadoria já for de 65 anos.

"Não queremos negociar o aumento da idade de aposentadoria", alertou Martinez, que questionou a mão estendida do Executivo. "Se é para nos dizer que é isso que querem e agora temos que fazer o que dizem, não ficaremos na mesa por muito tempo".

O ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, chegou a alertar que Macron está disposto a dissolver a Assembleia (câmara baixa), onde não tem maioria absoluta desde junho, se for aprovada uma moção de censura para impedir a reforma.

"Se toda a oposição se unir para adotar uma moção de censura e derrubar o governo, [Macron] deixará para os franceses decidir qual nova maioria eles querem", disse Dusopt no canal LCI.

Num contexto de inflação (5,9% em agosto) devido ao aumento dos preços da energia e dos alimentos em consequência da Guerra da Ucrânia, os manifestantes exigiram também um aumento salarial.

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