Revelações de um antigo executivo do Twitter que virou denunciante mostram que pelo menos um agente chinês está trabalhando na empresa, disse o senador Chuck Grassley em seu discurso de abertura durante uma audiência no Senado dos EUA na terça-feira (13) com depoimentos do denunciante.
O testemunho de Peiter "Mudge" Zatko, famoso hacker que atuou como chefe de segurança do Twitter até sua demissão no ano passado, ocorre quando o Twitter e Elon Musk vão a julgamento no próximo mês sobre se o acordo de US$ 44 bilhões (R$ 227,8 bilhões) deve ser concluído.
Mais tarde na terça, a empresa também anunciou que acionistas aprovaram em uma votação a compra pelo CEO da Tesla, e o futuro do negócio deverá virar uma batalha na Justiça.
A empresa com sede em San Francisco processou o bilionário por rescindir o acordo, enquanto ele rebateu, acusando o Twitter de deturpar o número de contas falsas e spam em seu serviço.
Um juiz de Delaware decidiu na semana passada que Musk pode incluir as alegações do denunciante Zatko em seu caso contra o Twitter, mas negou seu pedido para adiar o julgamento.
O Comitê de Justiça do Senado dos EUA está questionando Zatko sobre suas afirmações de que o Twitter enganou os reguladores sobre sua conformidade com um acordo de 2011 com a Comissão Federal de Comércio (FTC na sigla em inglês) sobre o tratamento inadequado de dados de usuários.
Desde então, o Twitter fez "pouco progresso significativo em sistemas básicos de segurança, integridade e privacidade", disse a queixa de Zatko apresentada aos reguladores em julho.
O comitê, presidido pelo senador americano Dick Durbin, também deve pressionar Zatko sobre sua denúncia de que um ou mais funcionários do Twitter trabalhavam para governos estrangeiros.
Durbin, falando a repórteres na segunda-feira (12), disse que as alegações de Zatko são "uma questão de grave preocupação pessoal e de privacidade".
O Twitter disse que Zatko foi demitido por liderança ineficaz e mau desempenho e que suas alegações pareciam destinadas a prejudicar o Twitter.
A denúncia de Zatko parecia conter mais de duas páginas de ligações para documentos de apoio, como emails entre ele e o CEO do Twitter, Parag Agrawal, e uma avaliação de desinformação sobre o Twitter. O número de documentos foi pequeno em comparação com o da denunciante do Facebook, Frances Haugen, que divulgou milhares de páginas de material interno.
Colaborou Richard Cowan, em Washington. Tradução de Luiz Roberto Gonçalves
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