América Latina deve quase dobrar frota de aviões nos próximos 20 anos, prevê Boeing

Expansão deve trazer mais de 2.000 novas aeronaves e gerar 118 mil empregos

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São Paulo

A frota de aviões comerciais na América Latina deve quase dobrar de tamanho nas próximas duas décadas e atingir 2.880 aeronaves até 2041, prevê a Boeing. Em 2019, a frota na região era de 1.540. O mercado brasileiro representará cerca de 30% desta expansão.

Os dados foram apresentados na manhã desta terça. A expectativa da empresa é que a região demande, nos próximos 20 anos, mais 2.240 aviões, o que movimentaria US$ 335 bilhões. Isso deve gerar mais 118 mil empregos, entre pilotos, técnicos e comissários de bordo.

Cerca de 90% dos novos aviões, cerca de 2.000, devem ser de aviões de porte médio, com um corredor só, e 10% devem ser de grande porte, para viagens longas, como do Brasil à Europa.

Aeronaves 737 Max são vistas no pátio da Boeing em Seattle, no oeste dos Estados Unidos - Lindsey Wasson-1.jul.19/Reuters

O uso de aviões mais modernos de corredor único, como o 737 MAX, vem sendo ampliado em rotas internacionais, pois possuem autonomia maior e conseguem fazer rotas como Miami a Brasília. Houve dois acidentes com o modelo MAX em 2018 e 2019, atribuídos a problemas com um software de estabilização da aeronave. A Boeing fez correções no sistema e o modelo voltou a ser usado em larga escala a partir de 2020.

Outras projeções da empresa para a América Latina são as de que o tráfego de passageiros cresça 4,4% ao ano, e que a demanda por serviços de manutenção e reparos movimente US$ 135 bilhões nas próximas décadas.

Na região, o setor de passageiros já recuperou 88% do volume que tinha em 2019. O percentual de retomada está acima da média mundial, de 75%, segundo dados de agosto deste ano.

A empresa demonstrou otimismo com a retomada aérea brasileira. "O momento pode ser incerto, mas desde 2006 o volume de passageiros aéreos dobrou no país, e pensamos que este crescimento provavelmente será retomado no futuro próximo", diz David Franson, diretor regional de previsão de mercado da Boeing.

"O Brasil está fazendo um bom trabalho em manter um mercado aberto e competitivo, e isso está ajudando na recuperação e nas perspectivas de crescimento", acrescentou.

Franson estima que os Estados Unidos seguirão como principal destino dos voos internacionais do Brasil nas próximas décadas, e que as rotas para Chile e Peru deverão ganhar força.

O mercado aéreo brasileiro espera consolidar a retomada dos voos domésticos neste verão. A alta temporada terá mais rotas do que no mesmo período de 2019, por exemplo. Ao mesmo tempo, no entanto, as passagens devem seguir com valores altos, por conta das incertezas econômicas e da subida do preço dos combustíveis.

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