Depoimentos do PIB sobre Lula 3, as ideias de Musk para o Twitter e o que importa no mercado

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Aspas do PIB sobre Lula 3

Depois da vitória de Lula (PT) e de seu primeiro discurso após eleito (leia a íntegra aqui), a Folha foi ouvir diferentes setores da economia que avaliaram o resultado do pleito, o teor da fala do petista e o que esperam para seu terceiro mandato.



Leia abaixo trechos de depoimentos de economistas, empresários e de agentes do mercado financeiro.

Economistas:

  • Arminio Fraga, ex-presidente do BC e colunista da Folha: "A vitória [de Lula] foi um grande alívio, e o discurso foi inspirador, completo, de imenso alívio, e que espelha uma atitude construtiva de união com busca de convergência". Eu diria que ele se superou."
  • Elena Landau, que coordenou o plano econômico de Simone Tebet (MDB): "[Lula deve] Montar de fato um governo de coalizão, buscando a harmonia nas relações com o Congresso, e implementar um programa econômico onde a responsabilidade fiscal seja a base para a responsabilidade socioambiental."
  • Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real: "Tudo no discurso foi muito bom, mas especialmente o início, em que ele diz que não foi uma vitória do PT, mas da aliança democrática. A menção direta a Simone [Tebet] aponta para o futuro".

Empresários:

  • Fabio Barbosa, presidente da Natura&Co.: "A prioridade número 1 agora é detalhar o seu programa econômico, definir quais são os nomes da equipe econômica e como vai endereçar a questão fiscal".
  • Roberto Klabin, acionista da fabricante de papel e celulose Klabin: "Foi a primeira vez que eu votei em Lula e no PT. Votei para garantir que o Brasil continue sendo uma democracia e consiga reverter a devastação do meio ambiente".
  • Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da Raia Drogasil: "Lula precisará usar sua capacidade de liderança para pacificar o país. Algumas escolhas serão muito importantes para que isso aconteça, especialmente na economia, na agricultura e no ambiente".

No mercado:

  • Ricardo Lacerda, do BR Partners, que declarou voto em Bolsonaro no 2º turno: "O presidente eleito foi apoiado por uma ampla gama de economistas de renome. O mercado agora vai querer saber se eles terão alguma influência no novo governo ou se Lula se guiará pelo programa do PT".
  • Luiz Fernando Figueiredo, presidente da gestora Mauá Capital e ex-diretor do BC: "Há uma incerteza no ar. Vamos ver se, nos próximos dias, essa incerteza diminui. O grande problema é que nós temos uma vulnerabilidade, porque temos uma dívida muito grande".

O primeiro desafio de Lula

Passadas as eleições, Lula e sua equipe terão entre os primeiros passos na economia o desafio de fazer articulações políticas que permitam uma solução concreta para o Orçamento de 2023.

Entenda: o texto encaminhado ao Congresso não prevê o Auxílio de R$ 600 – que teria um custo de R$ 52,5 bilhões a mais em relação ao benefício de R$ 405 que está na proposta– nem outros gastos, como reajustes para servidores e aumento real (acima da inflação) para o salário mínimo.

As tarefas na Economia

- A transição: é a hora de começar a formar a equipe, e os quadros escalados para a economia têm atenção especial do mercado, porque sinalizam como será conduzida a agenda durante o mandato.O PT tem ao menos dois nomes dados como certos para participar da transição:

  • A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, uma das cotadas para o Ministério do Planejamento, que será recriado.
  • O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que é cotado para comandar o Ministério da Fazenda.

- Licença para gastar: para colocar as novas despesas projetadas no Orçamento, o Congresso terá de aprovar uma licença para gastar.

  • Certos integrantes do PT dizem que o valor adicional deve ficar acima de R$ 200 bilhões, mais do que os R$ 100 bilhões defendidos por algumas casas no mercado financeiro.
  • Bráulio Borges e Manoel Pires, da FGV, estimaram um custo potencial de R$ 125 bilhões com despesas extras (entre elas os R$ 600 do Auxílio, o reajuste dos servidores e a revisão de gastos de custeio da máquina e investimentos).

- Nova âncora fiscal: as despesas adicionais não caberão no teto de gastos, mecanismo cuja reforma foi citada por todos os presidenciáveis.

  • Ele sugere um mecanismo em que o presidente eleito definirá, em seu primeiro ano de mandato, qual deve ser o nível de gastos para os próximos anos.

Além de mudar o Orçamento, o governo Lula 3 precisará de reformas estruturantes no combate à pobreza, disseram em live colunistas da Folha.


O que se sabe do Twitter sob Musk

Como será o Twitter agora sob comando de Elon Musk?

Pelo o que o bilionário já falou publicamente –ou tuitou– e disse a investidores, a rede terá uma equipe de trabalho mais enxuta, buscará outras formas de receita além da publicidade e contará com um conselho para definir políticas de moderação de conteúdo.

De concreto, Musk demitiu o CEO, o diretor financeiro e outros funcionários do alto escalão da rede social, mas disse que não terá um cargo na direção da plataforma.

Sob nova administração. O que se sabe até agora:

- Funcionários: o novo chefe do Twitter pediu a gerentes listas de funcionários que poderiam ser demitidos, apurou o New York Times. O Twitter tem cerca de 7.500 empregados

  • A cultura de trabalho da rede, conhecida por ser uma das mais flexíveis do Vale do Silício, com home office e outros benefícios, deve acabar.

- Financeiramente: Musk prometeu aos bancos que financiaram a compra quintuplicar as receitas até 2028, para US$ 26,4 bilhões, e atingir 931 milhões de usuários, contra os 238 milhões de hoje.

  • O Twitter é uma rede que ficou para trás em relação às outras, e o bilionário já disse que sua ideia é fazer dele um "app de tudo": algo parecido com os superapps chineses, em que é possível enviar mensagens, fazer compras, pagamentos ou pedir táxis em um só lugar.

Políticas para conteúdo e usuários: ele disse que planeja formar um conselho para lidar com questões de conteúdo e não reintegrará imediatamente os usuários que foram suspensos.

  • Musk também quer passar o preço do Twitter Blue, plano de assinatura da plataforma, de US$ 4,99 para US$ 19,99 e dar o selo de verificado para os assinantes, segundo o site The Verge.

Mais sobre o Twitter sob nova direção:

  • O fato mais importante sobre a aquisição do Twitter pelo bilionário é que agora os magnatas estão à solta, analisa David Streitfeld, ganhador do Pulitzer e que escreve sobre tecnologia há mais de 20 anos.

Startup da Semana: Liv Up

O quadro "Startup da Semana" traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.

A startup: fundada em 2016, em São Paulo, começou com um portfólio de alimentos prontos congelados e hoje também entrega refeições, frutas e verduras, lanches e sobremesas saudáveis.

Em números: a startup anunciou na última semana ter recebido um aporte de US$ 5 milhões (R$ 26,7 milhões) em uma extensão de rodada série D que já tinha captado US$ 44 milhões (R$ 235 milhões) no ano passado (entenda aqui as etapas de investimento em startups).

  • Ao todo, a empresa já captou US$ 78,2 milhões (R$ 417,9 milhões), segundo a plataforma Sling Hub.

Os investidores: o aporte da última semana foi feito pela Minerva Foods e a rodada teve participação de Lofoten Capital, Kaszek Ventures, ThornTree Capital e Globo Ventures.

Que problema resolve: a Liv Up conecta agricultores ao consumidor final e oferece cardápios personalizados, como kits de alimentos sem carne vermelha, low carb (baixa quantidade de carboidratos), etc.

Por que é destaque: além de a startup ter registrado uma das maiores captações no Brasil na última semana, o investimento é uma injeção de capital importante nesse momento de juros altos e pouco dinheiro no mercado para startups.

  • Em fevereiro, a Liv Up demitiu cerca de 100 funcionários, cerca de 15% do total de trabalhadores, segundo o site Startups.

A semana em resumo

Foram 12 rodadas de captação na América Latina, com US$ 48,5 milhões (R$ 259 milhões) em investimentos. Os maiores foram os da foodtech colombiana Muncher (US$ 18,9 milhões, ou R$ 100 milhões) e o da fintech mexicana Mattilda (US$ 10 milhões, ou R$ 53,4 milhões).

Os dados foram fornecidos pela plataforma Sling Hub.

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